Médico estranhou o Palmeiras não cumprir o protocolo e “ir à reunião da Federação exigir exames do elenco do Timão”, discorreu sobre os riscos durante o Brasileirão e falou do caso Red Bull Bragantino
O médico do Corinthians, Dr. Joaquim Grava, participou do programa Fox Sports Rádio desta terça-feira (04) e esclareceu a polêmica em torno dos testes para Covid-19 antes do primeiro jogo contra o Palmeiras e cobrou a Federação Paulista de Futebol (FPF) por não obrigar os clubes a cumprirem as recomendações do protocolo do Campeonato Paulista.
“Nós deveríamos ter uma determinação de cumprimento do protocolo, senão não adianta nada. Para que ter protocolo? Quer dizer que o protocolo foi em vão“, afirmou, para, em seguida, questionar a postura do Palmeiras:
“É muito difícil você manter, por três semanas, os jogadores sem receber um familiar, sem ver os filhos. Nós proibimos tudo isso. Por que a outra equipe dispensou os jogadores? Quem foi o responsável pela dispensa dos jogadores? Não é bem assim, acho que a coisa tem que ser mais séria”.
Sobre o Corinthians não testar seus atletas antes do jogo de quarta-feira (5), o médico afirmou que não se trata de uma provocação ao rival e revelou que o Palmeiras solicitou a realização do exame.
“Por uma opção de nós fazermos exames semanalmente, nós achamos por bem não fazer exame. Quem deveria fazer exame é o Palmeiras, que liberou os jogadores depois do jogo de domingo e não cumpriu o protocolo que foi estabelecido no início do retorno do Campeonato Paulista. Não foi uma coisa de marketing, uma provocação. Se o Palmeiras não fizesse, o Corinthians iria solicitar, porque a solicitação do direito de fazer o exame é do Corinthians, não do Palmeiras”, afirmou o doutor.
Questionado se houve irresponsabilidade com o protocolo por parte do Palmeiras, Dr. Grava disse estranhar a postura do alviverde.
“Não acho que houve uma irresponsabilidade, mas o não cumprimento do protocolo. E o que me estranha é o Palmeiras não ter cumprido este protocolo e ir à reunião solicitar o exame. Quem teria que solicitar o exame era o Corinthians”, completou.
Dr. Joaquim Grava alertou para o risco de contaminação durante o Campeonato Brasileiro. O médico revela que o protocolo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentará falhas.
“Apesar de todas as medidas do comitê médico da CBF, nós teremos várias falhas neste protocolo. O atleta pega avião, desce, vai para outro hotel. O risco de contaminação pode ser grande”, opinou.
Líder do grupo e melhor campanha da primeira fase do Campeonato Paulista, a equipe do Red Bull Bragantino se reapresentou no dia seguinte à vitória sobre o Botafogo-SP para os testes PCR que já se tornaram rotina, mas o resultado surpreendeu de forma desesperadora: 23 pessoas ligadas ao time foram notificadas como casos positivos para Covid-19.
Do total, nove eram jogadores, sendo seis que foram titulares contra o Corinthians, além de quatro membros da comissão técnica e dez funcionários do clube de Bragança Paulista. Faltavam dois dias para o confronto com o Timão pelas quartas de final do Paulistão, que terminou em derrota por 2 x 0.
Na quarta-feira (29), véspera do jogo, os “positivados” foram encaminhados para dois laboratórios diferentes para a contraprova e receberam todos resultados negativos para covid-19. Na quinta-feira (30), dia do jogo com o Corinthians, o Red Bull Bragantino solicitou um novo teste destas amostras, que foram coletadas e processadas no mesmo dia. No novo processamento, estas amostras resultaram negativas.
Dr Joaquim Grava opinou sobre o caso e afirmou que, se fosse o médico do clube, não deixaria os atletas entrarem em campo. Além disso, ele cobrou um posicionamento do hospital Albert Einstein, responsável pelos exames.
“Se eu sou o médico do Bragantino, não jogaria até que comprovasse porque errou o exame. É muito sério este erro. (…) Quantas pessoas não fizeram o exame com esse reagente. Nós estamos dando uma visão para o Bragantino. Acho que o Einstein tinha que se pronunciar. Ficou uma coisa muito chata”, afirmou.
Em nota, o Hospital Israelita Albert Einstein, responsável pelos exames, responsabilizou um “lote específico de reagentes” pelos resultados divergentes.
Nesta terça-feira (04), a Federação Paulista de Futebol (FPF) emitiu nota oficial lamentando o caso dos testes de detecção do coronavírus do Red Bull Bragantino, feitos pelo Hospital Albert Einstein e que tiveram resultado incorreto.
Por Nágela Gaia/Redação da Central do Timão
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