Na noite desta quinta-feira, 22, a Polícia Civil de São Paulo concluiu as investigações do caso VaideBet, recomendando o indiciamento do presidente do Corinthians Augusto Melo, além de Marcelo Mariano (ex-diretor administrativo), Sérgio Moura (ex-superintendente de marketing) e Alex Cassundé (dono da Rede Social Media Design, indicada pelo clube como intermediária da negociação com a casa de apostas).
Assinado pelo delegado Tiago Fernando Correa, o documento, com pouco mais de 100 páginas, detalha as divergências nas versões apresentadas pelos envolvidos sobre a falsa intermediação que desviou R$ 1,4 milhão do Corinthians para a UJ Football Talent, empresa apontada por delatores como ligada ao crime organizado. No entanto, a Central do Timão apurou que esse ainda não é o relatório final da investigação.
Na realidade, o documento trata-se de um despacho de indiciamento, instrumento emitido pela autoridade policial para formalizar que há elementos suficientes para atribuir a prática de crimes a determinados indivíduos. Segundo apuração da redação, o relatório final da investigação ainda será apresentado na próxima semana, com mais contexto e detalhes sobre as conclusões das autoridades.
Uma das questões que o relatório final deverá esclarecer é o papel da VaideBet no imbróglio envolvendo a inclusão da Rede Social Media no contrato de patrocínio. Conforme apurado pela Central do Timão, a ex-patrocinadora do Corinthians chegou a ser pressionada por dirigentes alvinegros a assumir o pagamento das comissões à empresa de Alex Cassundé. No entanto, a tentativa não teve sucesso.
Essa tentativa está registrada em ao menos um documento, datado de 29 de dezembro de 2023, no qual constam os dados da Rede Social Media e a previsão de que sua comissão seria paga diretamente pela casa de apostas. Esse formulário, cujas diretrizes acabaram não sendo incorporadas ao contrato final assinado entre as partes, sugere que, em algum momento da negociação, os representantes da VaideBet tinham ciência de que a empresa indicada pelo clube talvez não fosse a verdadeira intermediária do acordo.
No entanto, a ausência de representantes da VaideBet entre os indiciados no despacho sugere que a autoridade policial não considerou suficientes os elementos disponíveis para enquadrar a casa de apostas como partícipe no esquema que desviou recursos do Corinthians.
Vale lembrar, no entanto, que novas acusações ainda poderão ser feitas a qualquer um dos envolvidos, a depender da análise do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Caberá ao órgão decidir se acata, total ou parcialmente, as conclusões do delegado e oferece denúncia à Justiça, ou se opta por rejeitá-las, solicitando o arquivamento do inquérito.
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