- Por Kennedy Cardoso / Redação da Central do Timão
O Corinthians contou com redução na dívida no mandato de Duilio Monteiro Alves, mas ainda segue devendo algo próximo a R$ 900 milhões. A atual gestão pagou mais de R$ 300 milhões somente em juros desde 2021 e segue tendo de “vender o almoço para pagar a janta”, com diversas vendas de jogadores ao longo dos últimos anos. E a delicada situação financeira do clube foi detalhada pelo gerente de futebol Alessandro Nunes.
Alessandro definiu a atual situação financeira do Corinthians como “muito ruim”. De acordo com o gerente de futebol, o clube precisa continuar reduzindo custos e vendendo jogadores, como vem fazendo desde o começo do mandato de Duilio. O dirigente ainda afirmou que a atual diretoria não vai conseguir pagar todas as contas, tampouco a próxima gestão, independentemente de quem for eleito o próximo presidente alvinegro.
“Não vai ser vendendo somente atletas que o Corinthians vai resolver a vida financeira dele. Ele (clube) tem uma vida financeira, infelizmente, muito ruim. Essa conta precisa ser paga um dia. Não vai ser nessa gestão que vamos conseguir pagar e, provavelmente, o próximo presidente, seja quem for, também não vai conseguir“, declarou Alessandro, em entrevista na zona mista após o empate com Goiás, no sábado, 26.
“Mas é uma medida necessária que precisa ter continuidade. É diminuir custos e captar recursos para pagar tudo que o clube deve. As contas são muitas, não são poucas, não. Vocês (imprensa) sabem disso. Não podemos enganar o nosso torcedor. É uma medida necessária. Paralelo a isso, é importante ter uma equipe boa.”
“Não pode ignorar que, no primeiro semestre de 2021, saíram 34 atletas e, naquele ano, chegaram seis ou sete. Em 2022, a conta foi muito próxima disso, acho que saíram 25 atletas para chegarem mais alguns. Então é muito simples de enxergar isso. Só não podemos ter 300 atletas e continuar vendendo”, destacou Alessandro.
“Precisamos entender um pouquinho o que são regulamentos e normas da FIFA. A FIFA já encaminhou um documento para os clubes de quantos atletas você pode emprestar nos anos futuros, então nenhum clube mais vai poder ter 50, 60 atletas sob empréstimos. Isso não existe, e que bom, porque passamos a ter mais critério na hora de contratar e o clube vai errar menos.”
O gerente de futebol ainda afirmou que o Corinthians não vende jogadores para comprar outros melhores, ou alguma reposição de mesmo nível, e sim para quitar dívidas. Acontece que a maioria dos pagamentos das vendas acontece de forma parcelada em até três anos, e não à vista. Grande parte dos valores recebidos pelo clube em transferências de atletas vão para “fazer caixa e pagar contas”, segundo Alessandro.
“Não fizemos venda para comprar jogador. Não foi isso que ocorreu. Vendemos atletas e compramos algum, por acaso? Nenhum. Outra coisa: nenhuma venda tem o recebimento à vista da totalidade. Os pagamentos são em um, dois, três anos. Isso é mercado. Estamos vendendo atletas para o clube receber ano que vem. É natural. Estamos fazendo vendas, procurando trazer o menor prejuízo técnico. É necessário.”
“O clube vende um atleta para fazer caixa e pagar suas contas. Não existe ponto de interrogação para onde esse dinheiro vai. O caixa do clube é um só. Esse dinheiro não vai para o CT, vai para o Corinthians. Depois tem que ver o tanto de conta que tem para pagar. Não são poucas. Eu gostaria muito de dizer para o torcedor que conseguiríamos pagar todas as contas do clube, mas vai demorar um pouquinho ainda“, finalizou.
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