Diante do novo descumprimento, o CORI emitiu um comunicado interno, reiterando a frustração do cronograma. “O CORI – Conselho de Orientação comunica que infelizmente até a presente data, não recebeu as Demonstrações Financeiras aprazadas junto a Diretoria e Presidência em nossa última reunião realizada dia 14 de abril de 2025.”
Relembre o imbróglio
A polêmica envolvendo as supostas divergências contábeis encontradas no balanço de 2023 vem movimentando os bastidores no Parque São Jorge desde o início do mês. Diretoria e CORI trocaram notas contando suas versões sobre o primeiro atraso na entrega das contas, em 31 de março, e em seguida o ex-diretor financeiro Wesley Melo e o atual responsável pela pasta Pedro Silveira também expuseram suas versões sobre a situação em manifestações por escrito.
Segundo matéria do ge.globo, a gestão corinthiana estima que os valores em análise giram entre R$ 150 e 200 milhões, referentes a dívidas tributárias “ainda em discussão na Justiça”, que segundo a diretoria deveriam ter sido incluídas nas contas de 2023. A tese levantada é de que, ao não fazer isso, a gestão anterior teria apresentado resultados financeiros mais positivos do que os reais em seu último ano de mandato.
Posteriormente, o Corinthians afirmou ter contratado Eliseu Martins, especialista em contabilidade, para dar seu parecer sobre uma possível reabertura e retificação do balanço daquele ano, o último da gestão Duilio Monteiro Alves. O movimento é justificado pelo fato de normas e legislações serem rígidas sobre o assunto, exigindo justa causa e embasamento para que um balanço já auditado e aprovado seja reaberto.
Vale lembrar que o parecer do CORI sobre as contas do Corinthians precede outra votação, ainda mais importante: a do Conselho Deliberativo, que se reunirá para esse fim no próximo dia 28, apenas dois dias antes da data-limite estabelecida pelo Código Civil (Lei 10.406/2003, artigo 1078) e pela Lei Geral do Esporte (Lei 14.597/2023, artigo 63) para que associações como o Corinthians publiquem suas demonstrações contábeis.
Possíveis desdobramentos
O descumprimento do prazo previsto em lei pode acarretar sanções ao Corinthians. O clube pode, por exemplo, ficar sujeito à exclusão do Profut, criado em 2015 e que permite o parcelamento de impostos atrasados com a União. Caso isso ocorra, o clube ficaria impedido de obter a Certidão Nacional de Débitos, documento essencial para contratar empréstimos em bancos, receber incentivos e subsídios ou negociar patrocínios com empresas estatais.
Já a Lei Geral do Esporte prevê sanções diretas aos dirigentes responsáveis pelo atraso na publicação das contas — incluindo não apenas o presidente, mas todos os envolvidos, ainda que por omissão. Eles podem ser afastados de seus cargos e declarados inelegíveis por até 10 anos para qualquer função em entidades esportivas. A legislação também estabelece a nulidade de todos os atos praticados por esses dirigentes em nome da instituição após a infração, protegendo os direitos de terceiros, obtidos de boa fé.
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