Em 2019, o Corinthians obteve um déficit de R$ 195,4 milhões. No ano seguinte, a quantia também foi negativa, apesar de menor do que a anterior: R$ 123,3 milhões. Na segunda gestão do ex-presidente Andrés Sanchez, entre 2018 e 2020, a dívida do clube foi de R$ 469 milhões para R$ 956,9 milhões – isso sem contar a dívida com a Caixa pelo financiamento da Neo Química Arena.
Portanto, este era o cenário encontrado por Duilio Monteiro Alves no início de seu mandato, em janeiro deste ano. O mandatário assumiu o cargo máximo do clube com uma premissa de corte de gastos e austeridade financeira durante os três anos de seu mandato.
Os primeiros balancetes divulgados em sua gestão mostraram bons números, mas com muito caminho a percorrer até arrumar as finanças de uma vez por todas. Por isso, era quase impossível imaginar um Corinthians forte no mercado e buscando grandes contratações em 2021.
Contudo, em um período de 42 dias, o Timão anunciou as chegadas de Giuliano, Renato Augusto e Roger Guedes, respectivamente. Os três são considerados contratações de peso e que necessitam de alto investimento financeiro. As dúvidas de torcedores e jornalistas foram rápidas nesse aspecto.
Em entrevista à “Gazeta Esportiva”, o diretor financeiro do Corinthians, Wesley Melo, explicou o planejamento alvinegro e detalhou a decisão de investir em jogadores de peso nesse momento. Além disto, o dirigente também revelou o valor atualizado da folha salarial do elenco de futebol profissional masculino e afirmou que o Corinthians pode encerrar o ano com uma receita superior a R$ 500 milhões, o que significaria a maior da história do clube.
“Por diversas vezes informamos à Fiel que chegaria a hora de contratações pontuais para equilibrar nossa equipe de futebol e aumentar nossa competitividade, o que também é importante para o incremento das receitas. E este momento chegou. O nosso modelo de gestão é para contemplar clube e futebol juntos, nunca separados. O caixa é único para atender a tudo que nossa instituição se propõe a oferecer aos torcedores e sócios”, disse Wesley Melo.
“Existe, sim, essa possibilidade (de superar a receita de R$ 500 milhões) pela geração de novas receitas batalhadas pelo nosso departamento de marketing e também pela expectativa de venda de jogadores. “Com muita responsabilidade financeira e orçamentária, estamos conseguindo voltar a investir no futebol, depois de praticamente sete meses reduzindo drasticamente os custos – principalmente do futebol, mas também na nossa sede social.”
“O Corinthians tem, sim, uma situação econômica e financeira delicada, com um endividamento expressivo, que estamos atacando com as melhores práticas de gestão e com as ajudas de profissionais internos qualificados, da Falconi e da KPMG, que foram contratadas para dar suporte a todo esse processo. O Corinthians tem, sim, uma situação econômica e financeira delicada, com um endividamento expressivo, que estamos atacando com as melhores práticas de gestão e com as ajudas de profissionais internos qualificados, da Falconi e da KPMG, que foram contratadas para dar suporte a todo esse processo.”
“Desde 4 de janeiro, início da gestão, o nosso discurso é o mesmo. Sempre falamos que trabalhamos para reduzir significativamente os custos com futebol, mas que, em determinado momento, faríamos algumas contratações pontuais para equilibrar nosso elenco. Mesmo com essas novas contratações, o custo mensal do futebol ainda ficará bem abaixo do que estava em dezembro de 2020.”
“E as saídas de alguns outros jogadores por empréstimo, venda ou encerramento de contrato, também devem acontecer ainda até o final do ano. Ou seja, haverá nova redução de despesas. Entendemos que este era o momento ideal para investir em nossa equipe, não só por todo o trabalho de gestão que estamos fazendo, mas também pelas oportunidades de mercado que surgiram.”
“Com todas as movimentações de atletas, saídas e contratações, a folha deve ficar entre R$ 10 milhões e R$ 11 milhões, o que se encaixa no nível de competitividade que o futebol brasileiro exige. A austeridade existe para deixar o investimento mais eficiente e o time, mais competitivo”, revelou.
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