De volta ao Corinthians após quatorze anos atuando no futebol europeu, Willian realizaria sua reestreia pelo clube no último domingo (12), diante do Atlético-GO, em Goiânia. No entanto, foi impedido de entrar em campo por agentes da Anvisa, que alegaram que o jogador deveria cumprir quarentena de duas semanas após o momento em que desembarcou no Brasil vindo da Inglaterra – o que aconteceu no dia 1º de setembro.
O órgão de saúde chegou a notificar o Timão de que o meia-atacante poderia ser preso se enfrentasse o Dragão. A decisão causou enorme polêmica, já que o meio-campista Andreas Pereira, do Flamengo, chegou ao Brasil diretamente do Reino Unido, no dia 20 de agosto, e estreou pelo time carioca diante do Santos, na Vila Belmiro, oito dias depois, sem nenhum problema – inclusive, marcou o último gol da goleada rubro-negra por 4×0. Depois, o belga ainda atuou contra o Palmeiras, no último domingo.
Para tentar esclarecer a situação, o diretor da Anvisa, Alex Campos, concedeu entrevista coletiva ao programa “Dividida”, do “UOL Esporte”. O dirigente afirmou que tanto Willian quanto Andreas Pereira descumpriram um acordo assinado onde se comprometeram a realizarem quarentena de quatorze dias. Além disto, o mandatário disse que ambos os jogadores irão “responder a um processo administrativo sanitário e um penal” por ignorarem a regra sanitária do país.
“O pecado original é um cidadão brasileiro entrar, dizer que vai fazer quarentena, que se submete às regras do país sob pena inclusive de se submeter ao processo administrativo sanitário e penal, que é o caso que vai acontecer tanto com o Willian, quanto com o Andreas”, disse Alex.
“O Willian preencheu a declaração de saúde do viajante que na cabeça dessa declaração, no formulário, a primeira pergunta, a primeira informação que o viajante tem que preencher é se você vem dessas áreas, você está neste momento assinando um termo livre e esclarecido que deve cumprir quarentena no Brasil. Quando chega no Brasil, o Willian é abordado pela Anvisa. Esses brasileiros que vêm nessa condição, a gente consegue identificar previamente, e ele assina um termo de controle sanitário dizendo que vai se auto isolar e diz qual é o endereço. Nessa hora, a Anvisa sai de campo.”
“O Andreas jogou, passou por cima da faixa de pedestres, passou pelo sinal vermelho e aí a gente não conseguiu pegar, não tem um policial para cada faixa de pedestres. No momento em que se identifica que ele conseguiu subverter isso, ele vai responder um processo administrativo sanitário e um processo penal também, e o Willian também. Trazendo a metáfora do trânsito, o Willian a gente ainda conseguiu pegar ele dirigindo o carro, interrompeu para que não seguisse cometendo nenhuma infringência.”
“O que a Anvisa fez foi alertar que havia uma situação de risco sanitário, que o Willian não estava cumprindo, que quem deveria ter atuado era a Saúde local e poderia até ter acontecido de o Willian ter jogado, até porque as pessoas enfrentam as normas, como uma pessoa pode continuar dirigindo depois que bebe e aí nem sempre a gente pega alguém que bebe ao volante, tem blitz para isso. Óbvio que a gente atua com inteligência regulatória, a gente tem uma coordenação nacional do viajante. A gente se esforça para atuar em várias frentes, essa é uma delas. Agora, a gente espera do futebol brasileiro, de instituições esportivas de alto gabarito em um plano internacional, a colaboração e, sobretudo, dos nossos ídolos”, encerrou.
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