Muitos dizem que o goleiro é a posição mais ingrata do futebol. Mas, para muitos é a posição mais fascinante. E no dia deles, lembrar de seus grandes momentos é apenas uma pequena homenagem para a enorme função que realizam em campo.
Pelo Corinthians passaram inúmeros goleiros. Impossível relacionar cada um e sua importância. Hoje, a geração de goleiros consagrados do Corinthians atende pelos nomes de Gylmar, Ronaldo Giovanelli, Ado, Dida, Felipe, Cássio. Mas, o Corinthians teve goleiros antológicos, idolatrados pela Fiel Torcida, como Bino, Cabeção, Jairo, Tobias, Solito.
Impressionante é que o Corinthians teve vários. Uns melhores que outros, em fundamentos, uns mais estilosos que gostavam de voar, espalmar a bola do ângulo, outros de cair com a bola grudada no peito.
Uns sérios como Dida, outros espalhafatosos como Ronaldo. Uns jogavam embaixo do gol, outros, eram pegadores de pênaltis, enfim, cada um com uma ou mais virtudes, fizeram história no futebol corinthiano.
De Felipe Aversa Valente, co-fundador do Clube e primeiro goleiro do Timão ainda na várzea – de quem não se tem informações -, passando por Aristides, o primeiro goleiro a conquistar um título pelo Alvinegro, em 1914, sem esquecer do emblemático Tuffy, o Satanás, todo de preto com suas famosas costeletas, até Cássio, o Gigante, os goleiros corinthianos sempre se agigantaram em campo.
Elegemos três goleiros pouco conhecidos da jovem geração e que muito contribuíram para que o Corinthians se tornasse o gigante que é, e que, por isso, não podem ser esquecidos.
Grande pegador de pênaltis, marcou época com a camisa do Corinthians. Tricampeão Paulista (1928/29/30), Tuffy era parte da linha de defesa histórica do Timão composta também por Grané e Del Debbio. Segundo o Almanaque do Corinthians, de Celso Unzelte, fez 71 jogos pelo clube com 48 vitórias, 11 empates e apenas 12 derrotas.
Era chamado pela imprensa e pelos adversários de “Satanás”, pelo seu uniforme negro, suas costeletas e por estar algumas vezes com a barba para fazer. Tuffy amava o Corinthians e há relatos que ele dizia que defendia a meta como defenderia sua própria vida.
O Corinthians comemorava dez anos de existência, quando Bino nasceu, em 1º de setembro de 1920. Era Setembrino, que virou Bino. Chegou ao Parque São Jorge em 1943. Apesar de ter sido um dos grandes goleiros da história alvinegra, fez parte da equipe que já estava em jejum de títulos desde 1941. Somente em 1950, Bino, o Gato Preto porque se vestia todo de preto, finalmente conquistaria um título pela camisa alvinegra: o Torneio Rio-São Paulo de 1950.
Era um goleiro seguro e sempre pronto para oferecer o próprio corpo em divididas quase suicidas. “Seu estilo é algo que entusiasma o torcedor! Com saltos espetaculares, Bino é seguramente um dos guarda-redes mais aplaudidos no cenário paulista”, dizia a manchete do Jornal Mundo Esportivo, em 1948.
Durante a conquista do Campeonato Paulista de 1951, Bino ainda estava no Timão, mas àquela altura, com 31 anos de idade, disputava apenas amistosos pelo interior do Brasil, pois o titular era Cabeção e a sombra do mesmo era nada mais nada menos do que Gylmar. De 1943 e 1951, Bino esteve presente em 236 jogos, é o quinto goleiro que mais jogou com a camisa alvinegra.
“Para ser goleiro do Corinthians é preciso ter muita personalidade, não se deixar abater”. Poucos poderiam fazer tal afirmação com tanta propriedade quanto Cabeção, goleiro que dedicou boa parte de sua vida ao Corinthians. Luiz Moraes viveu o Parque São Jorge desde a infância. Realizou toda a formação na base, profissionalizou-se pelo clube e liderou o time em grandes conquistas.
Ao longo de 17 anos pela equipe principal, entre idas e vindas, somou 326 partidas com o manto alvinegro. Apenas outros três arqueiros na história corintiana (Ronaldo, Cássio e Gylmar) superam a sua marca.
A partir dos anos 1970, ao lado de antigos companheiros da equipe, trabalharia como treinador no Terrão. Cabeção comandou diferentes categorias na base alvinegra e atuou como um verdadeiro caçador de talentos, ao buscar promessas na várzea paulistana. O velho camisa 1 formou uma série de goleiros para o clube, entre eles Ronaldo, Solito, Solitinho e Rafael Camarota.
Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão
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