No dia 13 de setembro, o Corinthians realizou uma coletiva de imprensa, intitulada “Dia da Transparência”, cujo objetivo foi apresentar os balanços financeiros do clube e expor os planos para quitar as dívidas, que atualmente ultrapassam os R$ 2 bilhões.
Na ocasião, foi apresentado um passivo fiscal referente a dezembro de 2023 no valor de R$ 220 milhões, o qual não havia sido divulgado no balanço do clube ao final do ano passado. O Corinthians esclareceu que essa dívida fiscal está dividida entre os blocos municipal e federal. Nesta sexta-feira, 4, o clube do Parque São Jorge publicou uma atualização sobre o andamento das negociações para o pagamento desse montante.
No âmbito municipal, o clube alvinegro identificou uma ação de R$ 141 milhões referente Imposto Sobre Serviços (ISS) referente a bilheteria, uma autuação da Prefeitura de São Paulo que também foi proferida a outros clubes paulistas. O Corinthians afirmou que, orientado pela assessoria especializada, não contabilizou esse valor por conta da avaliação de risco, que naquela altura era baixa e não exigia contabilização na legislação contábil. No entanto, após mudanças relacionadas à incidência do imposto sobre bilheteria, a mesma assessoria aconselhou o clube a aderir um modelo de parcelamento e, assim, o valor foi contabilizado no balanço.
Assim, o Corinthians informou que aderiu ao programa de parcelamento oferecido pela prefeitura e a uma uma nova transação tributária municipal. Estas duas ações fizeram com que o valor da autuação diminuísse de R$ 141 milhões para R$ 76 milhões, gerando um desconto de R$ 65 milhões para o clube.
No cenário nacional, a assessoria tributária, junto com departamento fiscal do clube, identificaram uma dívida de aproximadamente R$80 milhões. Ao realizar uma análise minuciosa da questão, foi descoberto que o valor real da dívida era de R$ 30 milhões. O Timão explicou que essa divergências se deu nos relatórios da Receita Federal e nos relatórios existentes no clube, além de afirmar que a situação já está sendo corrigida.
Sendo assim, o Corinthians informou que a quantia da dívida fiscal dos anos anteriores era na verdade de R$ 171 milhões, e não de R$ 220 milhões como foi apresentado no “Dia da Transparência”. Com os parcelamentos, a dívida chegou a R$ 106 milhões.
Confira a nota completa divulgada pelo Corinthians:
“O Sport Club Corinthians Paulista vem a público elucidar informações apresentadas durante o Dia da Transparência, realizado em 13 de setembro de 2024, no qual foram compartilhados os dados financeiros relativos ao primeiro semestre e a visão de futuro do clube.
Entre os pontos abordados, foi analisado o passivo de dezembro de 2023 somado a uma dívida fiscal de R$ 220 milhões, que não estava originalmente contabilizada no balanço. Essa soma representava uma visão gerencial do passivo total do início dessa gestão, e essa dívida fiscal pode ser detalhada em dois grandes blocos: débitos municipais e federais.
No pilar municipal, entre diversas ações existentes, havia uma de R$ 141 milhões referente ao ISS (Imposto sobre Serviços) sobre bilheteria, resultante de uma autuação da Prefeitura de São Paulo, semelhante ao que ocorreu com outros clubes paulistas. No passado, orientado por assessoria especializada, o Corinthians não contabilizava esse valor, pois a avaliação de risco era somente possível, o que não exige contabilização pela legislação contábil. Dado o fato de que esta autuação estava relacionada à incidência do imposto sobre bilheteria, que teve seu risco alterado para perda provável, a mesma assessoria aconselhou o clube a aderir a um modelo de parcelamento e, assim, o valor foi novado e contabilizado no balanço.
É importante destacar que, ao aderir ao programa de parcelamento oferecido pela Prefeitura (PPI) e uma nova transação tributária municipal, o Corinthians reduziu o valor da autuação de R$ 141 milhões para R$ 76 milhões, um desconto de aproximadamente R$ 65 milhões. Consideramos, portanto, em nossa visão gerencial da dívida no material apresentado, o passivo de R$ 141 milhões em dezembro de 2023, e o valor novado pós parcelamentos de R$ 76 milhões na posição de junho – o ajuste contábil no balanço do clube ainda não estava concretizado.
No âmbito federal, a assessoria tributária do clube, junto com o departamento fiscal, inicialmente identificou uma dívida de cerca de R$ 80 milhões. Contudo, ao realizar uma análise mais minuciosa, constatou-se que o valor real era de R$ 30 milhões. Essa diferença decorreu de divergências entre os relatórios da Receita Federal e os relatórios existentes no clube. Essa situação está sendo corrigida, com ajustes nos processos internos do clube, que demandam tempo para total adequação.
Em resumo, as contingências de anos anteriores era de aproximadamente R$ 171 milhões, não R$ 220 milhões como anteriormente informado. Após os parcelamentos, a dívida adicional chegou a R$ 106 milhões.
Essas ações reforçam o compromisso da diretoria do Sport Club Corinthians Paulista com a regularização das finanças do clube, garantindo uma administração financeira sólida e transparente que assegure a sustentabilidade futura da instituição.”
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