Diretor de futebol do Timão diz que não há como equiparar o corte dos jogadores com o dos funcionários por questões de contratos de trabalho diferentes
O Corinthians já informou seus funcionários que o corte salarial para o junho continua nos moldes do mês de maio:
– funcionários que não estão trabalhando seguem com cortes de 70% nos salários;
– funcionários que mantém suas atividades em jornada reduzida, continuam com corte de 50%;
Quanto ao elenco de jogadores profissionais masculino e feminino, a diretoria ainda conversa para manter a redução anterior de 25%, mas, segundo o diretor de futebol, Duílio Monteiro, é provável que se mantenha.
“O jogador tem contrato de trabalho diferente, com prazo determinado. Eu sei de alguns cortes de alguns clubes, maiores para o elenco, mas muitos cortaram e vão pagar mais para frente esse valor de agora. Ganharam apenas um prazo maior para pagar. Corinthians reduziu 25% porque é o que a lei permite. O dos funcionários foi feito 70% baseado em Medida Provisória. Isso foi cortado do pessoal que não está trabalhando. Quem está trabalhando o corte foi de 50% – explicou Duílio ao GloboEsporte.com.
Questionado se não seria possível o elenco ter uma redução superior a 25%, Duílio respondeu:
“Seria e não seria. A gente entende, na conversa com eles, que isso que estamos fazendo seria um valor razoável. Cada mês vamos sentar e conversar de acordo com o que a situação vai se desenhando“.
Sobre as demissões nos diversos departamentos do Parque São Jorge, o diretor falou em adequação.
“Tentamos ao máximo evitar demissões. Iniciamos a paralisação do futebol em 16 de março. Já estamos em junho. Ninguém esperava esse tempo todo. Temos que nos adequar à medida em que o tempo passa. Foi, sim, mantido o corte dos funcionários. Jogadores estamos conversando para que também seja mantido o mesmo no mês de junho”, concluiu.
Em participação no programa Bem Amigos na noite desta segunda (01), o jogador Ramiro falou em acordo entre os jogadores para evitar que o Corinthians tenha que demitir funcionários. No entanto, citou apenas a manutenção do corte de 25% e não uma expansão desse percentual.
“É um assunto que a gente vem debatendo entre jogadores, diretoria e comissão técnica. A questão é impactar o menos possível, porque vai impactar e não tem jeito. É inevitável que mudanças aconteçam, diminuição de renda, perda de patrocínio, algumas demissões”, disse o meio-campista, que seguiu falando sobre os funcionários do clube.
“Nos colocamos à disposição que, para não perder funcionário, mantemos a redução. Tem que pensar no bem coletivo. Hoje a gente tem um bom salário, de repente para nós não faz tanta diferença, menos que para um funcionário que recebe um, dois salários mínimos e a família depende desse dinheiro”, finalizou.
Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão
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