Relatório publicado em maio aponta distanciamento das receitas em relação a rivais; entenda
Em maio de 2020, a Ernst & Young, empresa internacional de auditoria e consultoria, publicou um relatório sobre os clubes brasileiros. O documento da EY analisa, sobretudo, receitas e endividamentos das principais agremiações nacionais. Com ele, também podemos retirar pontos de vista sobre a crise financeira instaurada no Corinthians.
No seu relatório, a Ernst & Young define a receita total de um clube como “todas as receitas apresentadas, como direitos de transmissão, transferências de jogadores, comerciais, matchday, clube social, esportes amadores e ‘outras receitas’. No ano de 2019, o Corinthians ocupou o quinto lugar no top 5 de maiores receitas totais. Veja:
1º – Flamengo – R$ 950 milhões
2º – Palmeiras – R$ 642 milhões
3º – Grêmio – R$ 459 milhões
4º – Internacional – R$ 441 milhões
5º – Corinthians – R$ 429 milhões
Ao observar o gráfico de receitas desde 2011, é possível perceber que o Corinthians viu os rivais Flamengo e Palmeiras se ‘desgarrarem’ do restante.
O próprio balanço financeiro do clube ‘culpa’ as poucas vendas de atletas de 2019 como um dos responsáveis pela diminuição das receitas. De acordo com o documento, o clube arrecadou cerca de R$ 45 milhões com transferências de jogadores.
Porém, ao trazer o tópico ‘receitas recorrentes’, que exclui as vendas de jogadores, o Corinthians apresenta uma certa estagnação ainda maior. Em 2012, o clube ultrapassou a casa dos R$ 300 milhões pela primeira vez na década. Já em 2016, se estabilizou nestes valores. Entretanto, não conseguiu subir mais.
Já os rivais Flamengo e Palmeiras passaram dos 600 e dos 500 milhões de reais; respectivamente. O clube carioca saiu da casa dos R$ 200 milhões em 2014, inclusive. No ano de 2019, o Corinthians ficou abaixo das duas equipes, com cerca de R$ 381 milhões arrecadados pelas receitas recorrentes. Veja o gráfico:
O balanço financeiro de 2019 também responsabiliza a arrecadação inferior ao esperado para a temporada com receitas de cotas de transmissão. O valor de cerca de R$ 188 milhões constante nas demonstrações financeiras fica atrás dos R$ 329 milhões do Flamengo e dos R$ 238 milhões do Palmeiras, já somadas as premiações dos campeonatos.
No matchday, definido pela EY como “receitas com bilheterias de jogos, e dos programas de sócio-torcedor dos clubes. Além disso, conta o faturamento com camarotes, cadeiras cativas, alimentação e bebidas“, o Corinthians, segundo o relatório, apresentou as cifras de R$ 83 milhões.
Com esses valores, o time ficou em quarto lugar, atrás de Internacional (R$ 94 milhões), Palmeiras (R$ 108 milhões) e Flamengo (R$ 175 milhões). Vale ressaltar que o faturamento da Arena Corinthians não vai para o clube, mas sim para um fundo destinado ao pagamento do estádio.
Em termos das receitas comerciais, o clube também fica em terceiro lugar no Brasil, com R$ 90 milhões, segundo a empresa. Os líderes são Palmeiras (R$ 135 milhões) e Flamengo (R$ 105 milhões).
Outro dado interessante é que, contabilizando-se as receitas de transmissão e de premiações de 2015 para cá, o Corinthians apresenta um total de R$ 886 milhões. Já o Flamengo alcançou R$ 1,2 bilhão. Vale ressaltar que no período o Timão faturou dois brasileiros e três paulistas. O rubronegro, por sua vez, venceu dois cariocas, um nacional e uma Libertadores.
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Por: Gabriel Gonçalves / Redação Central do Timão
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