Banco estatal e clube negociam desde outubro do ano passado, mas divergência sobre multa é entrave; ação movida pelo banco deve ser suspenso até 13 de agosto
A Caixa Econômica Federal e o Corinthians requereram à Justiça um novo prazo na execução da dívida referente ao financiamento da Arena Corinthians. O banco estatal e o clube acreditam em quem 30 dias conseguem chegar a um acordo amigável. As informações são do globoesporte.com.
Em setembro do ano passado, a Caixa entrou com ação na Justiça cobrando R$ 536 milhões da Arena Itaquera S/A, empresa sócia do Corinthians e dona do estádio do clube. O banco alegava atraso de seis parcelas do pagamento mensal do estádio, de março a agosto de 2019.
A solicitação deve ser acatada, visto que foi feita pelas duas partes, e o processo deve ser novamente suspenso, dessa vez, até 13 de agosto.
“Em razão dos inúmeros impactos provocados pela situação excepcional da pandemia de Covid-19 que demandam a análise de múltiplos aspectos que envolvem a negociação e, portanto, considerando-se a necessidade de dilação de prazo para tratativas, com vistas à composição amigável entre as partes, requer-se a suspensão dos feitos pelo prazo de 30 dias” diz a petição, apresentada na noite da última segunda-feira.
Desde o ano passado, Corinthians e Caixa dialogam em busca de um acordo para o impasse. Assim, tendo em vista o interesse das partes em obter um fim consensual da execução, por duas vezes a Justiça determinou sua suspensão, sendo a última vez em maio, ficando o processo aguardando o desfecho do acordo para este mês de julho.
As conversas já renderam grandes alinhamentos, destacando-se o alongamento do prazo para pagamento, que era até 2028 e vai se estender até 2032, o que deve ser mais estendido ainda, por causa da paralisação dos campeonatos.
Outro acordo feito previamente foi a diminuição do valor das parcelas (atualmente R$ de 5,7 milhões mensais) nos meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro, quando existem menos jogos na Arena Corinthians.
Porém, um dos temas que ainda travam a finalização do acordo, é o pagamento ou não da multa judicial, no valor aproximado de R$ 50 milhões, decorrente do atraso das parcelas. O clube entende que ela não teria que existir, já que não considera ter ficado inadimplente.
O diretor financeiro do Corinthians, Matias Romano Ávila, explicou recentemente em entrevista ao jornalista Jorge Nicola, que em 2018, acertou com diretoria da Caixa que pagaria uma parcela menor nos meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro, época em que a Arena não arrecada. Ocorre, que, com a mudança de governo (Federal), o contrato foi feito, mas não foi assinado. Com a mudança de direção do banco, o acordo formulado com a diretoria anterior foi ignorado.
O Corinthians fazia os pagamentos conforme havia acordado, mas o banco não considerou e utilizou o valor pago para amortizar a parcela cheia (R$ de 5,7 milhões). A Caixa cobra também, as parcelas dos meses de junho e julho, em que a Arena recebeu partidas da Copa América, e considera, assim, seis parcelas em aberto.
A Caixa emprestou R$ 400 milhões para a construção do estádio. Mais de R$ 175 milhões já foram pagos. O Corinthians afirma que, mesmo considerando juros e correção, a dívida com a Caixa é de R$ 487 milhões. Já o banco, diz que o valor é superior a R$ 520 milhões.
A crise econômica provocada pelo novo coronavírus traz às conversas entre Corinthians e Caixa uma nova pauta. Sem bilheterias, eventos e outros serviços que arrecadam dinheiro na Arena, o Clube espera conseguir, junto ao banco, uma carência para que possa se reorganizar e voltar a pagar as parcelas do financiamento do estádio.
Por Nágela Gaia/ Redação da Central do Timão
Leia mais:
+ Blog do Thiago Balzary – Só tem uma forma da Fiel confiar no Sub-23
+ TV aberta e fechada – Veja onde assistir Corinthians x Palmeiras no dia 22 pelo Paulistão
+ Sem Cantillo, sem Yony e talvez sem Jô – Como o Corinthians enfrenta o Palmeiras
2019 @ Central do Timão - Todos os direitos reservados