O Corinthians sobrou em campo na última terça-feira, 14, na Neo Química Arena, goleando por 4 x 0 o Argentinos Juniors em partida válida pela quinta rodada do Grupo F da Copa Sul-Americana. Após o jogo, na zona mista, Raniele conversou com a imprensa e um trecho de sua fala chamou a atenção.
O volante corinthiano, que chegou ao Timão em janeiro e se adaptou de imediato ao clube, tornando-se um dos destaques em campo e ganhando moral com a torcida fora dele, revelou fazer um trabalho de consultoria tática individual, para além dos treinamentos que desenvolve com o elenco no clube.
“Eu me cuido, tenho uma consultoria tática por fora, sei que peco muito na saída de bola, estou trabalhando para melhorar, porque além de desarmar, preciso municiar o Garro e o Bidon, independentemente de quem jogar no meio, eles têm que contar comigo. Trabalho para melhorar, me cuidar e estar pronto para jogar.”
Mas o que é uma consultoria tática individualizada e de que forma ela trabalha para evoluir um jogador? A Central do Timão checou! Conversamos com Vicente Caldas, CEO da Performa Sports, empresa que hoje assessora dois atletas do Corinthians: o volante Raniele e o lateral-esquerdo Hugo, além de já ter trabalhado no passado com Pedro Raul e as jogadoras Diany e Giovana Campiolo, quando estavam no Corinthians.
Vicente explicou que tal acompanhamento visa analisar junto ao atleta suas ações dentro de campo, para que se reflita sobre o desempenho e se identifiquem pontos de melhoria. Trata-se de um segmento em alta no futebol, devido à dificuldade de os clubes conseguirem oferecer um profissional que possa se dedicar aos pormenores técnicos e táticos de cada jogador do elenco.
“A gente identifica o que ele fez bem, para potencializar, o que a gente quer que ele faça mais e melhor, e o que a gente vê margem de evolução. E essa evolução se dá tanto dentro dos comportamentos dele, quanto algo para o modelo de jogo. O que o Raniele, por exemplo, falou na entrevista, do que ele foi cobrado ali a respeito de estar mais tempo com o bola, a gente trabalha com ele desde o Cuiabá”, explicou o profissional.
A orientação, normalmente, é feita através de chamadas de vídeo, sempre após as partidas nas quais o jogador participa: “A gente vem desenvolvendo esse trabalho com eles desde a temporada passada. Desde o Cuiabá com o Raniele e desde o Goiás com o Hugo. É um trabalho que é contínuo, onde semana após semana, jogo após jogo, nós nos reunimos para trazer a análise sobre aquela partida dele.”
Uma outra parte importante da consultoria, segundo Vicente, tem relação com o pré-jogo, onde os atletas são orientados sobre o adversário que irão enfrentar e recebem conselhos sobre pontos e fraquezas a explorar para otimizar seus desempenhos.
“Por exemplo, o Raniele. Quais são as dinâmicas que a gente tem no setor? Como é que aquele time adversário chega na região central? Esse atleta tal tem uma dificuldade quando leva a bola para a esquerda. Então, faz sentido induzi-lo para o pé esquerdo. Esse outro tem uma dificuldade de receber a bola de costas. Então, é o ponto a atacar. São informações que ajudam o atleta a entrar mais preparado em campo.
Alinhado com o treinador
Um ponto importante levantado pelo CEO diz respeito ao alinhamento entre as orientações da consultoria e o trabalho coletivo desenvolvido pelo treinador António Oliveira. Segundo Vicente, todo o assessoramento dado a Raniele e a Hugo é modelado para atender à filosofia de jogo implementada pelo português no Corinthians.
“O modelo do António pede que o primeiro volante tenha uma participação ativa na saída de bola para que essa bola chegue na fase ofensiva, no último terço, de uma forma mais limpa. Então, a gente cobra com ele (Raniele) muito o posicionamento, qual é a melhor janela de passe que ele pode ficar para poder receber essa bola com mais vantagem.”
Vicente completou afirmando que é parte importante da consultoria com Raniele trabalhar o mapeamento de campo. “Ele olhar a todo momento de forma ativa para ver se ele está sendo marcado, para ele identificar qual lado é o lado que vai ser mais vantajoso ele sair, quando é mais vantajoso ele conduzir, quando é mais vantajoso ele fazer um passe”, explicou.
Já em relação a Hugo, a questão mais importante são os duelos aéreos. “Ele hoje é um dos laterais do Brasil que tem a maior porcentagem de vitória no quesito. E dentro do modelo do António, onde o time joga muito agrupado, então o time adversário acaba fazendo muita bola longa nos extremos, esse alto número de vitórias em duelos aéreos para o Hugo é muito importante”, disse.
Vicente revelou que trata-se de algo trabalhado com o lateral desde o Goiás: “É algo que ele tinha uma deficiência e hoje é um ponto forte dele. Então, são detalhes que a gente trabalha semana após semana com os atletas para que eles possam evoluir, possam entender o que eles podem fazer melhor, como eles podem ter mais performance e dessa forma eles conseguem desempenhar em campo melhor.”
Ou seja: muito embora o trabalho desenvolvido não tenha nenhuma relação com o Corinthians, a filosofia de trabalho que os atletas desenvolvem no clube jamais será contrariada. “O modelo de jogo do treinador, ele é rei. É sempre com base nas orientações do treinador. A partir das orientações do treinador, a gente vê como o atleta que a gente trabalha pode evoluir”, disse Vicente.
“A nossa equipe de análise vai analisar o Corinthians, vai identificar o modelo de jogo, algo que a gente já faz desde o Cuiabá com o António. Vai ter as informações do atleta e é com base nisso que o nosso trabalho se inicia“, concluiu.
Coincidência ou não, os dois atletas estão entre os que mais têm atuado pelo Corinthians nesta temporada. Hugo, por exemplo, já acumula 26 jogos pelo Timão, sendo titular em 22 deles, e registrou três assistências até o momento. Por sua vez, Raniele contabiliza 23 partidas desde sua chegada ao clube, todas como titular, e é o líder em desarmes do elenco.
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