Ídolo, multicampeão e maior símbolo da era mais vitoriosa da história do Corinthians, Cássio concedeu entrevista exclusiva à plataforma “The Players Tribune”, na última sexta-feira (10), e comentou sobre diversos assuntos, como os títulos do Mundial de Clubes de 2012 e do Campeonato Paulista de 2018, sobre o arquirrival Palmeiras.
O goleiro também relembrou o momento de sua chegada ao clube, em dezembro de 2011, e uma conversa que teve com o técnico Tite antes de assumir a titularidade no gol alvinegro. Cássio afirmou que o treinador deu a vaga para ele após eliminação no Paulistão de 2012, marcado por falhas de Julio Cesar, e por seu alto nível de dedicação nos treinos do Timão.
“Acho que poucos torcedores se lembram da minha apresentação. Eu estava ali, do lado do Duilio Monteiro Alves, que na época era diretor de futebol. Eu consigo me lembrar dos olhares desconfiados dos jornalistas que cobriam o Corinthians. Eu sou um cara tímido, nunca gostei de muita badalação e comecei a trabalhar diariamente para cumprir aquele que era o meu grande objetivo: ser o titular da posição no Corinthians”, disse o arqueiro.
“Se alguém me perguntasse na época como e quando isso ia acontecer, eu não saberia responder. Pra falar a verdade, o tamanho da responsabilidade de ser Corinthians é incalculável. É algo diferente. Um sentimento que só quem está no clube ou é torcedor pode experimentar. E eu ainda estava tentando processar tudo isso quando, num domingo, em abril de 2012, o meu destino no clube começou a ser traçado.”
“Depois de sermos eliminados no Campeonato Paulista (para a Ponte Preta, em 2012), o Tite chamou a mim e ao goleiro Danilo Fernandes para uma conversa. Ele disse que nos colocaria para treinar e decidiria quem seria o titular. Nós ficamos nos revezando e, pouco tempo depois, tive outra conversa, desta vez só com o Tite.”
— Você sabe por que estou te colocando de titular? – perguntou Tite.
— Não sei, professor – respondeu Cássio.
— Muitas vezes, eu não estava aqui vendo o treino, e você mantinha o mesmo nível de dedicação. Em outras ocasiões, eu estava com os não relacionados e você continuava treinando firme. Este é um aprendizado que você tem que levar pra vida, guri. Mesmo quando você acha que ninguém está vendo, tem sempre alguém te olhando – afirmou o treinador.
“Era a minha chance. Eu não ia deixar escapar. O clima de desconfiança, no entanto, só crescia. Os jornalistas e os comentaristas falavam em outros goleiros, diziam que o clube teria de contratar alguém com mais experiência para resolver o problema da posição… Mas eu estava tranquilo, em paz.”
“Os jogos decisivos foram sucedendo um ao outro, e eu não apenas mantive minha posição, mas fui ganhando a confiança dos torcedores e me sentido abraçado pelos jogadores. As conquistas vieram e, de repente, o mundo já não era grande o bastante para conter os nossos sonhos, muito menos a paixão da Fiel”, encerrou o camisa 12.
Veja mais:
Órgão de saúde vai até a casa de Willian onze dias após chegada do jogador ao Brasil
Emprestado pelo Corinthians, Mateus Vital é elogiado em estreia oficial no Panathinaikos
Corinthians tem apenas 7% de aproveitamento contra clubes do G-6 do Brasileirão
2019 @ Central do Timão - Todos os direitos reservados