Walter Casagrande Júnior, ídolo do Corinthians e comentarista da TV Globo, participou do programa “Roda Viva”, da TV Cultura, na noite de segunda-feira (09) e foi sabatinado pela apresentadora Vera Magalhães, o repórter Luiz Teixeira, os jornalistas Juca Kfouri, Eduardo Tironi e Tatiana Vasconcellos, além de Lu Oliveira.
Durante a entrevista, que abordou temas profissionais, pessoais, políticos e sociais, ele explicou a história por trás da icônica faixa que entrou em campo com os jogadores do Timão na final do Campeonato Paulista de 1983.
“Aquela faixa foi o seguinte: o jogo era quarta-feira à noite, contra o São Paulo, na hora do almoço eu vi o Adilson (Monteiro Alves, sociólogo e diretor de futebol na época) lá e falei que a gente precisava fazer alguma coisa naquele dia, até sugeri que fosse uma faixa. Aí veio o Peninha (Luís Fernando), ouviu o papo e falou para colocar a frase “Ganhar ou perder, mas sempre com Democracia”. Todo mundo gostou, mas não sabíamos se ia dar tempo. Quando cheguei no vestiário, a faixa estava lá”, recordou Casagrande.
“Eu entrei com orgulho com aquela faixa, eu tô ali segurando a ponta dela, porque eu amo a democracia. São três coisas que não abro mão na minha vida: democracia (a nossa democracia), a minha liberdade e a minha sobriedade. São três coisas que eu não negocio. Então quando eu falo de democracia, quando lembro da Democracia Corinthiana ou vejo um movimento democrático, eu me emociono. Quando vejo esta camisa (da época em que jogou no Corinthians) eu fico emocionado, porque foi uma luta muito forte para a gente conseguir trazer a democracia de volta ao Brasil. E nós vamos conseguir mantê-la, mesmo com ataques, armadilhas, fake news, nós vamos mantê-la porque a verdade toca o coração das pessoas (…) Por isso eu acredito que a democracia vai vencer”, concluiu.
Em outro momento da entrevista, o ídolo respondeu ao repórter da bancada entrevistadora, Luiz Teixeira, sobre a importância e a representatividade de Wladimir para a Democracia Corinthiana.
“Eu vou falar por mim, porque não posso falar como os outros viam o Wladimir. Eu via o Wladimir como ‘eu’, sabe? A alma, o coração e a mente da pessoa não tem cor, não tem gênero, não tem classe social. (O racismo) sempre foi um problema (…) apesar de eu me sentir um cara super aberto e sem preconceito, eu sei que o racismo é estrutural, eu vi muitas “brincadeiras” racistas que já achei engraçadas e talvez tenha até falado também em algum momento lá atrás, então eu não quero errar mais isso. Eu tenho que não querer mais errar”, explicou o comentarista.
A Democracia Corinthiana foi um movimento liderado pelos ídolos alvinegros Sócrates, Wladimir, Casagrande, Zé Maria, entre outros, durante a ditadura militar no Brasil, para promover o reconhecimento do jogador de futebol como cidadão e sujeito político, e lutar pela redemocratização do país.
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