Estou realmente decepcionado. Em 42 anos de vida e corinthianismo jamais me passou pela cabeça que a polarização fosse chegar até nós.
Sou de uma época em que se você visse algum desconhecido com uma camisa do Corinthians no mínimo um “É nós, fiel”, ou um “Vai, Corinthians” saíria fácil, isso quando não rendia um bom papo sobre o jogo de domingo passado. Você meio que se via no outro. Muitas das minhas amizades corinthianas começaram assim.
Hoje em dia, o abraço naquele desconhecido da arquibancada na hora do gol está se tornando raro. Na rua, você passa por outro corinthiano, as vezes usando uma camisa idêntica a dele, e passa reto, afinal ali pode ser um corinthiano “reaça” ou, quem sabe, um corinthiano “comuna” (para tal julgamento basta que você tenha pensamento contrário ou opinião diferente, principalmente na área política, a quem se considera o senhor da verdade).
Nos rotularam. Fomos divididos. Estereótipos do falso corinthianisno surgiram junto aos “ungidos da Fiel” aqueles que se acham mais corinthianos que os outros. E a imprensa esportiva tem muito a ver com isso, principalmente nas redes sociais. Nessa celeuma de “fica ou sai” do antigo treinador, alguns receberam o rótulo de “Carilletes” pelo simples fato de terem defendido a permanência de um técnico vencedor ante aos maus resultados.
É inegável os erros sucessivos de condução na diretoria de futebol profissional. Mas justiça seja feita, enquanto alguns, demonstrando verdadeira falta de planejamento, demitem três ou quatro técnicos por ano, o Corinthians, na contramão, preza pela continuidade do trabalho e isso foi um dos motivos que o fizeram tão vencedor nos últimos anos. Mas a cultura, propagada por setores da imprensa sensacionalista e fofoqueira, reza que após alguns insucessos o profissional seja alijado do cargo.
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Começam a borbulhar nomes. Surgem conversas de interesse do clube no trabalho de outro. O ambiente que já não está tão bom, piora. A tensão dos jogadores aumenta, já que com a chegada de um novo comandante mudanças serão feitas. Crise armada. E o pior, feita por quem deveria defender a paz no ambiente do clube. Mas paz não vende jornal, não gera cliques. E para piorar, alguns se sentem acima do bem e do mal, plantam discórdia, não aceitam critica, no estrelismo mimado de quem se acha muito sem ser nada julgam de arrogante alguém que ousou bater de frente com eles, expondo o que acontece de fato dentro do clube.
Aliás, lembrei agora de um ex-técnico tricolor, conhecido como o rei do mau humor, que hoje toca na mesma banda e que era a síntese da arrogância com suas patadas incisivas contra jornalistas. Engraçado, não vi ou vejo hoje nenhum jornalista falar mau dele (Aqui é trabalho, meu filho)… Um desses ousou falar em seu blog, pasmem, que alguns corinthianos torceriam para o Flamengo, no jogo do último domingo, só para prejudicar o Palmeiras. Um outro afirmou em seu Twitter que as “Carilletes” iriam torcer pelo insucesso do novo comandante só para terem o prazer de afirmar que com o Carille a coisa era melhor. Realmente esses não sabem o que é ser corinthiano na essência, na alma. São os mesmos que torcem pelo insucesso do país quando o governo não lhes agrada, esquecendo que estamos em um barco que se afundar TODOS morrem afogados.
Jamais torceremos contra o Corinthians por qualquer motivo que seja. E da mesma forma que torcemos e sabemos reconhecer quão importante foi o técnico Fábio Carille, saberemos esperar e reconhecer o trabalho do novo treinador e estaremos juntos nessa. Só duvido que pessoas como essas que plantam a discórdia e continuam chutando o pobre cachorro morto, saberão esperar o sucesso do novo comandante, com paciência e sem jogar a torcida contra ele através de matérias covardes. DUVIDO!
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Que estejamos preparados para os próximos capítulos. Desejo ao professor Fábio Carille muito sucesso na sua carreira. Deixo aqui meus agradecimentos a esse profissional sério, dedicado e de uma sinceridade ímpar, qualidade essa raríssima nos dias atuais, que nos deu tantas alegrias em pouco mais de dois anos.
E seja muito bem-vindo o novo comandante. Que tenha muito sucesso. Aqui não existe “Carillete” ou “Tiaguete” aqui só torcemos pelo sucesso do CORINTHIANS. Nomes vem e vão, o clube e nosso amor permanecem.
Nos vemos em breve. Um grande abraço a todos e… Vai, Corinthians!
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Concordo irmao!Somos a fiel essa essencia nao pode se perder!
Tmj, Rodrigo. Vc é fera!!