Em 17 de julho se comemorou o aniversário de 25 anos do Tetracampeonato da Seleção Brasileira de Futebol.
Listarei abaixo 25 pitadinhas históricas sobre o inesquecível título que tirou o Brasil de uma fila de 24 anos:
1 – Parreira foi o Técnico da Seleção que mais apanhou da imprensa durante uma Copa do Mundo. Em 1993, durante as eliminatórias, a imprensa fez campanha por Telê Santana, à época fazendo muito sucesso no São Paulo. Detalhe: Telê foi o técnico da Seleção nas Copas de 1982 e 1986 e o máximo que conquistou em termos de resultado foram modestos 5º lugares.
2 – Zagallo, o coordenador técnico, era o oposto de Parreira. Enquanto o técnico atendia a todos com educação, Zagallo tinha a missão de responder a imprensa no mesmo tom.
3 – Parreira e Zagallo não queriam Romário. Só chamaram o baixinho quando a corda estava no pescoço. Muller se machucou e as opções para ser o companheiro de Bebeto contra o Uruguai eram Evair ou Valdeir, o “the flash”. A dupla preferiu não arriscar e chamou o Baixinho. O resto é história.
4 – O capitão da Seleção Brasileira era Ricardo Gomes. Foi cortado. Raí assumiu a braçadeira. Mas o meia do PSG foi sacado nas Oitavas de Final para a entrada de Mazinho. Dunga virou o capitão.
5 – Parreira sempre foi fã de Raí. Zagallo era o oposto. A ideia de escalar Mazinho partiu de Zagallo. Parreira ainda tentou dar a última chance a Raí na semifinal contra a Suécia, mas não obteve êxito. Mazinho se manteve titular.
6 – Os zagueiros convocados para a Copa Mundo de 1994 foram os seguintes: Ricardo Rocha, Ricardo Gomes, Mozer e Márcio Santos.
7 – Ricardo Gomes e Mozer foram cortados e substituídos por Aldair e Ronaldão. O nome para a vaga de Mozer era Cléber, do Palmeiras, mas o alviverde estava na Rússia, o que dificultou o contato. Moracy Santana tinha o contato de Ronaldão, que foi aprovado pela Comissão Técnica.
8 – Ronaldão chegou a Seleção dizendo que não queria ser chamado de Ronaldão. No primeiro encontro com Parreira, o técnico deu boas vindas o chamando de Ronaldão…
9 – Ricardo Rocha se machucou no primeiro jogo contra a Rússia. Aldair virou o titular. O pernambucano, que era um dos líderes do time, disse o seguinte: “Se for para ficar triste, eu vou embora”. Ficou. E foi uma das figuras mais importantes na resenha.
10 – Os nomes mais contestados da Seleção eram Gilmar, Branco, Paulo Sérgio, Dunga e Viola. Parte da imprensa, especialmente a paulista, preferiam Ronaldo, goleiro do Corinthians, Roberto Carlos, Cesar Sampaio, Palhinha e Evair.
11 – Dez jogadores que participaram do fiasco da Copa de 1990 foram tetracampeões: Taffarel, Jorginho, Mazinho, Branco, Ricardo Rocha, Aldair, Dunga, Romário, Bebeto e Muller.
12 – A única revista que tinha autorização para ingressar na concentração da Seleção era a “Caras”.
13 – Leonardo foi expulso contra os Estados Unidos ao dar uma cotovelada em Tab Ramos. Foi suspenso até o final da Copa.
14 – O gol de Branco contra a Holanda originou-se de uma falta do lateral em Overmars. Branco foi uma aposta de Parreira, uma vez que Roberto Carlos já pedia passagem.
15 – Dos 11 gols do Brasil na Copa do Mundo, Romário teve participação, direta ou indireta, em 10. Somente o gol de Márcio Santos contra Camarões não teve a participação do Baixinho. Bebeto, por sua vez, fez 3 gols e teve participação direta em 6 gols do Brasil.
16- Após a vitória contra os Estados Unidos, Muller deu uma bronca em Parreira ao vivo e a cores para todo o mundo.
17 – Perguntado sobre a possibilidade de escalar Ronaldo, então com 17 anos, Parreira saiu pela tangente: “Por que criar confusão? Deixa assim que está bom”
18 – Jorginho, Márcio Santos, Dunga e Romário fizeram parte da Seleção da Copa. Bebeto não fez parte. O ataque da Copa foi apenas Baggio, Stoitckov e Romário.
19 – O avião, que levou a Seleção aos Estados Unidos, partiu com 3 toneladas. Voltou com mais de 14 toneladas. Foi o famoso “voo da muamba”. A ordem de liberação da bagagem provocou a saída do então secretário da Receita Federal, Osíris Lopes Filho, que pediu demissão.
20 – Viola, então no Corinthians, jogou os 15 minutos finais da Copa do Mundo. Quase fez um gol.
21 – Romário prometeu que ganharia a Copa do Mundo. Cumpriu a promessa.
22 – Dunga foi o primeiro capitão da história das Copas que ao invés de erguer a taça, “xingou a taça”. Ele jamais perdoou àqueles que o crucificaram em 1990, criando o jocoso termo “Era Dunga”.
23 – O Brasil fez 11 gols e sofreu 3 na Copa do Mundo. O forte da equipe era apenas o Romário, certo? Não. Era o sistema defensivo, que dispunha de grandes zagueiros, ótimos laterais e 3 volantes marcadores, além de Zinho, à época apelidado “carinhosamente” de enceradeira. Era um 442 padrão com 2 foras de série no ataque.
24 – Parreira, até hoje, não tem o reconhecimento devido pelo tetra. Parte da imprensa ainda exalta quem perdeu 2 Copas com elenco muito melhor.
25 – O tetra acabou definitivamente com a síndrome de perdedor do futebol brasileiro.
Por fim, destaca-se a participação corinthiana na Copa de 1994. O único representante do Corinthians foi Viola, à época com 25 anos, artilheiro do campeonato Paulista de 1993, que na reta final de preparação atropelou os mais cotados Edmundo e Evair e obteve a vaga no grupo da Copa do Mundo. Viola estava voando fisicamente.
Vale destacar, também, o meia-atacante Paulo Sérgio, jogador formado no sagrado Terrão, que à época estava no Bayer Leverkusen da Alemanha. Jogador de muita disposição física e cumpridor de obrigações táticas que convenceram Carlos Alberto Parreira a bancá-lo mesmo contra a opinião da imprensa, que tinha predileção por outros jogadores.
Um salve a Taffarel, Zetti, Gilmar, Jorginho, Cafu, Branco, Leonardo, Aldair, Márcio Santos, Ronaldão, Ricardo Rocha, Mauro Silva, Dunga, Mazinho, Paulo Sérgio, Raí, Zinho, Bebeto, Romário, Muller, Viola, Ronaldo e a toda comissão técnica capitaneada por Carlos Alberto Parreira.
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