Hoje sem introduções! Vamos à lista!
#10 Petros
Sinceramente, Petros inicia a lista mais por falta de opção do que por grandes méritos com a camisa corinthiana. Ramiro e Júnior Urso podem substituí-lo dependendo do 2020 alvinegro, mas até lá a posição é desse jogador que se identificou muito mais com a camisa são-paulina do que com a corinthiana. Nada apaga, contudo, alguns bons momentos do jogador que veio da Penapolense e virou titular na equipe de Mano Menezes em 2014. No primeiro derby da Arena, foi dele o segundo gol que selou nossa vitória. Contra o mesmo Palmeiras, no primeiro clássico no novo porcódromo, foi dele a roubada de boa e o passe para Danilo fazer o gol da vitória. Aqui no Brasil, enfim, foi no Timão que Petros mais jogou e mais fez gols.
#9 Camacho
Camacho ainda pode galgar uma melhorar colocação nesse ranking em seu retorno ano que vem com Tiago Nunes. Até lá. Os títulos Paulista e Brasileiro de 2017, mesmo como reserva, já o garantem na lembrança do torcedor corinthiano. Em 75 jogos desde que veio do Audax que nos eliminou na semi do estadual de 2016, Camacho sempre demonstrou técnica e habilidade que o permitiam chegar ao ataque geralmente driblando ou tabelando. Os poucos gols o fizeram alternar entre o banco e o campo, mas qualidade nunca faltou ao volante que certamente brigará pela vaga de titular nesse início de anos 20.
#8 Bruno Henrique
Outro jogador que mais se identificou com um rival do que conosco. Mas Bruno Henrique, justiça seja feita, pelo menos ultrapassou os 100 jogos com nossa camisa – e seus títulos aqui são os mesmos de lá. Campeão brasileiro em 2015 como reserva de Elias e Ralf, ainda teve tempo de brilhar no eterno 6 a 1 contra o São Paulo. Em sua estreia, contra o Palmeiras, jogou muita bola no Pacaembu e mostrou potencial para ser titular da equipe em 2014 e 2015, mas isso só veio a acontecer em 2016 após o desmanche no elenco.
#7 Jucilei
Quando Jucilei chegou do extinto Corinthians Paranaense, a única imagem que se tinha dele era do gol que Pelé não fez, marcado contra o Atlético Paranaense no estadual. Ótima credencial que veio a se confirmar em 2009 e 2010. No ano do centenário corinthiano, Jucilei foi um dos destaques do clube no Brasileirão e chegou a vencer uma Bola de Prata, formando um trio de volantes de ótima cadência ofensiva e defensiva com Elias e Ralf. No ano seguinte, contudo, a eliminação contra o Tolima e a preferência do recém-chegado Tite por Paulinho, um jogador de mais toque e menos condução de bola, fizeram com que a jovem promessa corinthiana fosse para o exterior e lá ficasse até pouco tempo, quando voltou ao Brasil para reforçar o São Paulo, já longe da performance que o fez ser convocado por Mano Menezes para servir à Seleção em 2010.
#6 Gabriel
Bicampeão pelo rival, Gabriel chegou ao Corinthians por indicação do ex-treinador Osvaldo de Oliveira. Com a saída de Ralf no fim de 2015, 2016 havia sido um ano caótico na posição de prmeiro volante: nem Cristian e nem Willians tomaram conta do setor. Quando Gabriel chegou no início de 2017, o corinthiano repousou tranquilo: titular incontestável, foi dono da camisa 5 no bicampeonato conquista por Fábio Carille. Com raça e um espirito incansável, ainda hoje alterna a titularidade com o monstro sagrado que é Ralf – e tem gente que prefere o camisa 5 ao multicampeão. Não é pouca coisa!
#5 Maycon
Maycon já tinha uma trajetória bem sucedida na base corinthiana quando foi promovido ao profissional ainda em 2016. No ano seguinte, voltando de um breve empréstimo da Ponte Preta, encontrou uma equipe nova, com treinador novo e alguns outros valores da base aparecendo – como Guilherme Arana e, mais ainda, Pedrinho. Nesse cenário que o segundo volante, assim como Gabriel, marcou presença e garantiu a titularidade em uma equipe histórica. O time que mais jogou junto da história do clube tem lá o nome de Maycon. Heptacampeão brasileiro, o jovem valor do Terrão corinthiano teve seu canto do cisne contra o arquirrival na finalíssima do Paulistão de 2018: foi dele o pênalti derradeiro que deu o bicampeonato paulista ao Corinthians em um porcódromo lotado de palmeirenses. Foi a despedida de um jogador com potencial para ser um dos melhores de sua geração na posição.
#4 Cristian
No contexto do ano de 2009, o gol de Cristian contra o São Paulo no último minuto do primeiro jogo da semifinal do Paulista, no Pacaembu, foi histórico e épico. Era o gol da afirmação corinthiana contra um tricolor que se achava soberano pelos três títulos nacionais recém-conquistados. Era o gol do alívio, da catarse, da passagem de bastão e do fim da hegemonia do rival. O chute derradeiro e o gesto de Cristian, para além dos gritos na comemoração com Mano, foram o símbolo de uma nova era alvinegra que se iniciava no confronto contra os grandes. Esse primeiro Cristian, sem dúvida, deixou o clube muito cedo – meses depois desse gol -, mas conseguiu marcar seu nome na história com três títulos e gols memoráveis para toda uma geração.
O segundo Cristian, que voltou com alto salário em 2015, infelizmente não amarra as chuteiras do primeiro. Irregular e longe da forma física ideal, sofreu bastante pressão por ser um dos jogadores mais caros. Ainda conseguiu marcar o sexto gol na goleada contra o São Paulo, o que foi a cereja do bolo para o torcedor corinthiano. Contudo, em 2016 teve a grande chance de voltar aos bons tempos com a saída de Ralf para a China. Acabou falhando, alternando más atuações com Willians e saindo do clube de forma não muito tranquila após entrevero com seu ex-companheiro Alessandro, no início de 2017, quando o próprio volante foi à imprensa reclamar do dirigente.
#3 Elias
Bola de Prata em 2010 e 2015 com a camisa corinthiana, Elias é um dos enigmas do futebol. Sempre teve bola para assumir a titularidade de uma grande equipe da Europa e da Seleção, mas algumas opções equivocadas e certa dose de azar o fizeram brilhar no Brasil mais do que em outros lugares. Por aqui, mesmo fazendo gols de títulos de Flamengo e Atlético Mineiro, foi no Timão que o jogador brilhou mais intensamente: campeão paulista, da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro, Elias foi peça-chave das duas equipes de futebol mais bonito nesses anos: 2009 e 2015. Sua segunda saída, em meados de 2016, o deixou marcado com parte da torcida, que virou ainda mais o nariz quando ele foi anunciado pelo Galo no ano seguinte. Nada apaga, contudo, a magnífica história que Elias fez no Timão – e não seria exagero colocá-lo como jogador mais técnico desta lista.
#2 Ralf
Ralf é uma lenda viva da história do Corinthians – e tem tudo para alcançar o top 10 de jogadores que mais vestiram a camisa do clube, caso permaneça em 2020. Vindo do Barueri para o ano do centenário, não é exagero ver a contratação de Ralf como a melhor da época. E a concorrência foi grande: Tcheco, Iarley, Danilo, Roberto Carlos e tantos outros… O buraco deixado por Cristian ao sair no meio de 2009 foi prontamente preenchido por um volante incansável e de preciosa leitura de jogo. Foram essas duas características que fizeram de Ralf, sem exageros novamente, o melhor primeiro volante atuando no Brasil da década. Aqui, Ralf ganhou tudo o que tinha para ganhar, foi Bola de Prata em 2011 e homem de confiança de todos os técnicos que passaram, até por sempre buscar um aprimoramento de todos os quesitos da posição. De regularidade quase incompreensível, brilhou em 2010 com Ronaldo e Roberto Carlos e em 2019 com Boselli e Fágner. A lista de jogos de atuação marcante é infinita, tal como parece a saúde e a raça do nosso eterno cão de guarda.
#1 Paulinho
Quando Mano Menezes colocou Paulinho no jogo contra o Flamengo, pela Libertadores de 2010, no Maracanã, eu xinguei ambos de todos os nomes que me lembrei. Poucos jogadores me fizeram queimar tanto minha língua como Paulinho fez, graças a Deus.
Os sapatos que o jovem volante vindo do Bragantino tinha de preencher eram grandes: Elias tinha sido craque do Timão em 2008, 2009 e 2010. Com a eliminação para o Tolima e a partida de alguns medalhões, a paciência para 2011 era baixa. Mas Tite confiou no Paulinho e ali, no Paulista daquele ano, começou uma parceria que levou o Timão aos maiores títulos de sua história e a ambos, Tite e Paulinho, à Copa do Mundo da Rússia, em 2018.
Mais do que merecido.
Paulinho, visto por Riquelme como um Lampard negro, teve uma ascensão incrível no Corinthians. A cada jogo da campanha do penta – e depois a cada título conquistado – o jogador mostrava mais recursos: passada larga, ofensividade, poder de marcação, passe preciso, chute forte e certeiro, cabeceio, noção organizacional, cadência de ritmo no meio campo…as qualidades do camisa 8 são fáceis de serem vistas: no gol de Guerrero, contra o Chelsea, é ele que se apresenta ao passe de Chicão, tabela com Jorge Henrique e conduz a bola a Danilo, escapando da marcação inglesa e construindo a jogada do gol. E como não lembrar do seu inacreditável poder de decisão contra o Vasco, pela Libertadores, ou antes mesmo contra o Cruzeiro no Brasileirão de 2011? Paulinho foi um craque que se construiu e simbolizou, por isso, a alma do Corinthians de 2011-2013 de Tite.
Multicampeão, inteligente, raçudo e decisivo, se mostrou o motor de uma equipe história – um motor inteligente. É o segundo volante que todo clube quer e que o Timão conseguiu ter por três temporadas. E quem sabe ele não volta ainda com gás para ultrapassar a marca de 34 gols em 167 jogos?
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