Demonstrativo financeiro do Corinthians não é conclusivo quanto às receitas totais no ano, mas antecipa uma possível diminuição na arrecadação do Departamento de Futebol e constata a “sangria” crescente promovida pelo Clube Social e Esportes Amadores
O Sport Club Corinthians Paulista divulgou, na última terça-feira (03), seu Balancete Financeiro relativo ao primeiro semestre de 2019, sendo que o documento traz dados importantes para a compreensão da situação financeira atual do clube e para se vislumbrar o resultado ao fim do atual exercício financeiro da entidade, em 31 de dezembro. O clube subdivide seu demonstrativo de receitas/despesas entre o Futebol e o Clube Social e Esportes Amadores.
Nos seus primeiros seis meses do ano, o Corinthians, que planeja fechar o exercício com R$ 650 mil de superávit, registrou um déficit de R$ 94,9 milhões de reais, no somatório do Futebol (R$ 68,4 mi) e do Clube Social e Esportes Amadores (R$ 26,5 mi), mesmo tendo tais setores gerado uma arrecadação de cerca de R$ 197 milhões, no período.
FUTEBOL
No Futebol, o clube apresentou, no primeiro semestre, algumas mudanças em relação ao ano anterior, pois arrecadou menos com venda de atletas e teve mais arrecadação com propaganda e publicidade. No mais, a arrecadação seguiu num ritmo semelhante ao do ano anterior. Confira os números deste nicho:
No que tange às despesas, o clube teve proporcionalmente uma elevação no tocante ao valor gasto com pessoal. Em todo o ano de 2018, os gastos com este setor foram de R$ 178,5 milhões, enquanto que no corrente ano os gastos já bateram a casa de R$ 113 milhões, em seis meses.
O futebol, superavitário em 2018, registrou um déficit de R$ 68,4 milhões, contudo, tal panorama deficitário não serve de base para o balancete de todo o ano, tendo em vista que grande parte da verba de TV tem previsão de ser paga apenas neste segundo semestre, bem como as despesas com aquisição de atletas são menores neste período, o que pode fazer este quadro mudar.
Se o volume dos valores advindos da TV deve elevar até o fim deste segundo semestre, o mesmo não podemos dizer da venda de atletas. O clube arrecadou apenas R$ 21 milhões em 6 meses, contra R$ 118,8 milhões em todo o ano de 2018. Tendo em vista um ano de baixo rendimento do time e de grande parte dos atletas, não se vislumbra grandes vendas na janela de transferências do início de 2020. Assim, o clube pode ter seu pior ano de vendas desde 2014, quando arrecadou R$ 41 milhões.
Portanto, mesmo com um salto na arrecadação com publicidade e propaganda, que deve render pelo menos R$ 25 milhões a mais do que no ano anterior, o seguimento Futebol tem grandes chances de ter uma arrecadação inferior à de 2018, quando sozinho gerou R$ 415 milhões em receita.
CLUBE SOCIAL E ESPORTES AMADORES
Se o Futebol, como carro chefe do clube, tem variadas e elevadas fontes de receita, o mesmo não se pode dizer do Clube Social e os Esportes Amadores. Tais seguimentos geram um encargo financeiro alto ao clube, sendo que as fontes de receita não chegam perto do total das despesas por eles geradas, o que faz o clube ter grande déficit ano a ano.
Fato agravante é que este déficit tem crescido de forma constante, o que faz deste desequilíbrio um grande problema para o clube, que precisa urgentemente procurar formas de equacionar tal área da instituição. Importa observar que o Corinthians tem um dos maiores rombos neste campo, se comparado com os demais clubes brasileiros.
Em 2018, a arrecadação foi de R$ 31 milhões, frente a uma despesa muito maior, o que gerou um rombo de R$ 41 milhões. Em 2019, apenas no primeiro semestre, o déficit foi de R$ 26,5 milhões.
Diferente do Futebol, que terá um grande incremento de verba de TV neste segundo semestre, o Clube Social não tem previsão de elevação da arrecadação na segunda parte do ano, o que indica que pode ter um rombo de 15% a 25% superior ao do ano de 2018.
O FUTURO
Em meio a um inflamado mercado nacional, que convive com uma elevação de arrecadação média dos clubes, com destaque para o Flamengo, que recentemente passou por uma reestruturação administrativa/financeira, e o Palmeiras, com investimentos externos fortes de uma parceira, o Corinthians, que continua figurando na lista dos clubes que mais arrecada, precisa otimizar seus gastos, que, até 2018, não eram tão inferiores aos clubes citados, quanto às despesas com futebol, bem como procurar meios de gerar mais receitas e equalizar a operação do Clube Social e Esportes Amadores.
Por Redação Central do Timão
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Gostaria de saber qual o plano de ação da atual diretoria e até mesmo da oposição para o Corinthians equacionar suas dívidas, aumentar a arrecadação, resolver a situação da Arena com a Caixa e montar um time forte para brigar pelos principais titulos?