Pai da pequena Maria Luiza, diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o goleiro Cássio se encontrou com torcedores do movimento Autistas Alvinegros, que se tornou bem popular em todos os jogos na Neo Química Arena, com sua faixa sempre posicionada no setor Leste do estádio.
O grupo, que conta com mais de 21 mil seguidores no Instagram, esteve com Cássio após a vitória do Corinthians contra o Guarani, na última terça-feira (24), e ganhou uma faixa idêntica à exibida nas arquibancadas, mas em tamanho menor.
Cássio e a esposa, Janara Sackl, vêm se empenhando em entender melhor sobre o TEA e contam com o apoio da comunidade autista nesta missão. Em uma postagem em suas redes sociais, a esposa do goleiro definiu o fato de ser uma mãe atípica como “viver no limite da exaustão”, mas se vê forte para acordar todos os dias e acompanhar a evolução da filha.
Este não foi o primeiro encontro do arqueiro com os torcedores do grupo Autistas Alvinegros. Em 2021, Cássio concedeu uma entrevista na Neo Química Arena vestindo uma camisa em apoio ao movimento e revelou ter conhecido o trabalho do grupo durante uma visita deles ao Centro de Treinamento do Timão.
“Conheci o pessoal (Autistas Alvinegros), eles estiveram no CT. Vi que são pessoas sérias. Acho que nem todo mundo sabe, mas tenho uma filha autista, a Maria Luiza, minha filha de quatro anos tem autismo. Comecei a pesquisar, ler mais sobre o assunto. Sigo também outras páginas de autismo e eu também como pai, quanto mais eu puder saber sobre autismo, me inteirar para poder dar suporte para a minha esposa, para a minha filha, para que ela possa evoluir”, disse o goleiro do Timão na época.
O TEA é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por manifestações comportamentais, desenvolvimento atípico, déficits na comunicação e na interação social. Por lei, é considerado uma deficiência e, portanto, a inclusão e a acessibilidade são direitos de todas as pessoas atípicas. Por isso, em 2019, o Corinthians inaugurou um ambiente especial para elas na Neo Química Arena, o primeiro do tipo nos estádios brasileiros.
Situado no setor Oeste Superior, o espaço destinado a acomodar corinthianos com TEA possui paredes e janelas com isolamento acústico, atividades e brincadeiras desenvolvidas especialmente para pessoas com deficiência intelectual e autistas, sofás, televisão e tapete pedagógico. Mediante apresentação de laudo, o autista tem direito a um ingresso grátis e seus acompanhantes pagam meia-entrada do setor Oeste Superior. O cadastro e a compra podem ser realizados pelo site www.ingressoscorinthians.com.br.
O Timão também foi o primeiro clube brasileiro a ter uma torcida formada somente por pessoas diagnosticadas com TEA. Vale ressaltar que o Autistas Alvinegros não é uma torcida organizada, mas um movimento de inclusão social, que está presente em todos os jogos do Corinthians na Neo Química Arena e busca, além do direito de torcer no estádio, promover mais acessibilidade e visibilidade à causa.
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