Na tarde desta quarta-feira (22), o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, participou de uma entrevista, com transmissão direta, no instagram do jornalista Beto Saad e fez revelações exclusivas sobre sua paixão e trajetória no Corinthians, falou de política, sobre o retorno do futebol pós pandemia e de fatos que envolveram a construção da Arena Corinthians.
Andrés relembrou o período em que tentou arrendar o Pacaembu para ser “a casa do Corinthians”. A ideia que rondava os bastidores era que o Corinthians arrendaria o estádio por 30 anos, e teria que gastar R$200 milhões em obras para revitalizá-lo e emprestá-lo para a Copa do Mundo de 2014.
A proposta foi bastante combatida pelos moradores do bairro, através de sua associação, cujo presidente chegou a dizer que os moradores não queriam a presença do “público da Zona Leste” por ser “um público mal educado”.
Relembrando, o presidente do Corinthians ironizou:
“Nós tentamos pegar o Pacaembu. Queríamos o Pacaembu por 30 anos. Só que o prefeito da época (Gilberto Kassab) não conseguiu viabilizar isso. Lá é a região dos pobres, lá não tem piscina nos prédios, eles precisam muito do Pacaembu”, ironizou.
“Aí partimos para Itaquera. Já tínhamos o terreno, que era o CT da base e fizemos lá a Arena. Fizemos coisa lá para a Copa do Mundo que não usamos mais hoje. Mas, era uma abertura de Copa do Mundo, e estádio de abertura é totalmente diferente dos normais, e isso encareceu um pouco”.
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Questionado sobre utilizar a Arena Corinthians para shows e outros eventos, Andrés falou sobre a possibilidade, citando que devido à qualidade cada vez melhor da grama sintética, esse deve ser o futuro do estádio corinthiano.
“A Arena do Corinthians foi construída para jogar futebol. Tem estrutura para ter show, mas não dentro do gramado. Mas tem os centros de convenções, que o menor comporta 2.5 mil pessoas e o maior cabe quase quatro mil pessoas, e tem o estacionamento que comporta 30 mil pessoas.”
“Muitos querem fazer show dentro do gramado, mas o Corinthians não tem essa especificação. Mas acredito que daqui um tempo vão se mudar todos os gramados para sintético, porque a cada ano que passa, está ficando mais próximo do natural”.
Sobre o preconceito de construir a Arena na Zona Leste, região de população menos abastada na cidade, Andrés revela que sofreu pressão inclusive de pessoas de dentro do clube.
“Poucas pessoas sabem o que eu sofri de pressão de órgãos do governo, municipal, governamentais, e dentro do Corinthians mesmo, porque o estádio foi construído na Zona Leste”.
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Questionado de forma direta se vai pagar a Arena, o mandatário esclareceu:
“Eu não, quem vai pagar é o Corinthians. Vamos falar aqui em números redondos. O Corinthians deve 1.5 bilhão da Arena. A Odebrecht já deu quitação de quase 600 milhões. Então faltam ainda uns 400 a 500 milhões que estão sendo negociado com a Oderbrecth, só estamos esperando a recuperação judicial sair para renegociar. O Corinthians vai pegar o que eu sempre falei, o que sempre foi dito e combinado, vai pagar os 400 milhões que pegou de empréstimo na Caixa, só isso.”
Sobre ter utilizado a Arena para a Copa do Mundo, Andrés considera seu maior erro enquanto presidente do Corinthians.
“Meu maior erro foi ter feito o estádio para a Copa do Mundo. É um custo benefício muito caro para o Corinthians, e vamos ter que pagar. Estou pagando caríssimo por isso”, finalizou.
Por Redação da Central do Timão
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