Presidente do Timão afirmou que não vai reduzir salários no clube, mas admite que pode faltar dinheiro
Os clubes da elite brasileira não tiveram sucesso na negociação coletiva, assim, cada um está agindo em situações distintas em relação aos salários de jogadores e funcionários durante a paralisação do futebol. Há quem não mexerá na remuneração, quem ainda tenta acordo e outros que já acertaram uma redução.
O Corinthians analisa o cenário de crise antes de formalizar qualquer movimentação, trabalhando com a realidade financeira do momento e se inclui nos clubes que não irão negociar redução salarial do elenco. O clube decidiu pagar seus atletas e funcionários enquanto houver dinheiro em caixa. É o que explicou o presidente do clube, Andrés Sanchez, na última semana, ao programa “Jogo Aberto” da Band.
“Aqui vai pagar tudo, enquanto tiver dinheiro paga. Quando não tiver, não paga ninguém. 50% a 60% das receitas dos clube é TV, se a TV não pagar, não tem como pagar salário de jogador, de ninguém, essa é a realidade. Aí vou eu brigar com jogador para reduzir 50%, sendo que daqui a dois meses não volta o futebol, a Globo para de pagar e eu vou falar o quê? Que vamos reduzir mais do que 50%? Então, em todos os meses que tiver receita, eu pago, quando não tiver vou avisar “não tem receita, não recebe” – declarou o cartola.
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Além do dinheiro da TV, existe a verba dos patrocinadores, o pagamento dos sócios e o Fiel Torcedor. Em meio à crise financeira que assola a maioria dos setores da sociedade, cinco patrocinadores já informaram que terão que suspender os pagamentos e, conforme informado pelo próprio Andrés, 25% dos sócios já pararam de pagar suas mensalidades. O clube busca atrair o Fiel Torcedor para se manter adimplente, oferecendo benefícios extras através de promoções. Por isso, o presidente do Corinthians diz preferir a franqueza.
“Eu não estou com salário atrasado, eu digo que a receita de um clube de futebol é TV, patrocínio e bilheteria, se eu estou sem bilheteria, se o patrocínio adia o pagamento e se a Globo não pagar, que eu acredito que não vá pagar, não tenho receita para pagar, eu vou ser franco.”
Caso falte dinheiro para efetuar os pagamentos, o presidente corinthiano declarou que vai se reunir com o elenco e tentar diluir o saldo devido a partir de quando o Corinthians volte a ter receita suficiente.
“Quando voltar eu vou falar “Tem dois meses de salário atrasado? Então a gente vai escalonar e vamos pagar esses meses”. Não estou dizendo que não vou pagar, vamos escalonar para pagar isso. Por exemplo, você reduziu 50%, aí daqui um mês você não tem receita nem para pagar os 50%, aí volta o futebol. Você vai ter que pagar tudo o que está devido, você não vai ter a receita dobrada e eu acredito que a receita do público vai demorar muito mais do que patrocínio e TV para voltar a pagar”, esclareceu Andrés, que concluiu:
“Enquanto eu tiver receita, vou pagar. Quando não tiver receita, eu vou avisar que não dá para pagar e vamos escalonar para pagar no futuro“.
Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão
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