Presidente do Corinthians afirma que atualmente são mais de 160 pedidos de atletas na Justiça sobre hora extra em vários clubes do Brasil, não só no futebol, mas até na natação
Em live com o ídolo Basílio acontecida nesta quinta-feira (11), o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, foi perguntado por um torcedor “por que o Corinthians perdeu o prazo para se defender no processo trabalhista de Paulo André”.
Andrés afirmou não ser verdade que o Corinthians tenha perdido prazo, confirmou que o atleta o procurou e explicou o que considera um imbróglio.
“Isso não é verdade. Nós estávamos defendendo, ia para uma instância maior, o Paulo André veio aqui, ele viu que algumas coisas ele tinha errado, e só fizemos um acordo em cima do que ele tinha direito: o direito de arena – que é uma briga eterna nos clubes -, fizemos um acerto, ele não pediu hora extra, ele não pediu adicional noturno. Única coisa que ele pedia e eu não concordava era folga semanal e jogos de final de semana. Ele retirou, fizemos um acordo, e está tudo perfeito com o Paulo André.“
Sobre a carta requerendo que o Timão não jogasse aos domingos e no período da noite, o dirigente revelou que ela se deu em virtude de estarem chegando vários processos nos clubes e que “seu trabalho” se deu mais por conta do processo vencido por Maicon contra o São Paulo FC, que qualquer outro motivo.
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Em maio, logo após sair a sentença da Justiça dando ganho de causa a Maicon (ex-jogador do São Paulo FC, em processo contra o ex-clube), que requereu pagamento de adicionais noturnos e atividades realizadas aos domingos e feriados no período em que defendeu o time tricolor, Andrés Sanchez enviou uma carta à Rede Globo, CBF, Federação Paulista e ao Sindicato dos Atletas de São Paulo, onde solicitou que não fossem mais marcados jogos do Corinthians no período da noite e aos domingos, pois o Clube se reservaria ao direito de não participar dos referidos jogos.
“A minha carta não foi especificamente o Paulo André, até porque já tínhamos feito o acordo e estava tudo certo. A minha carta foi mais um desagravo meu, porque estavam chegando vários processos no clube, e em outros clubes, hoje são mais de 160 processos no Brasil pedindo hora extra, adicional noturno. O meu trabalho foi mais em cima do Maicon do São Paulo que qualquer outra coisa. Então, já que tem todos esses processos, o Corinthians não pode jogar nem domingo à noite, nem depois das oito horas da noite”, explicou o mandatário que ainda revelou que tal não está acontecendo apenas no futebol, e sugeriu uma lei trabalhista específica para atletas de alto rendimento.
“O jogador é regido pela CLT, mas o jogador trabalha duas a três horas por dia, não trabalha oito horas por dia como todo mundo. E o jogador sabe que é, mas então teria que ter uma lei trabalhista específica para atletas de alto nível, porque não é só futebol, é no vôlei, na natação, no futebol de salão, no basquete, no atletismo… Tinha que ter uma lei específica para atletas de alto rendimento. Até para sua própria aposentadoria. Porque o atleta profissional, seja jogador ou não, ele trabalha no máximo 20 anos e não se aposenta nunca, porque é a profissão dele. Depois que ele para de atuar, ele tem que continuar pagando INSS para tentar se aposentar um dia. E nem todo mundo consegue. Essas coisas tinham que ser discutidas para se fazer uma lei específica para o esporte de alto rendimento.”
O ex-jogador Basílio citou que atletas do passado que viveram muito mais dificuldades que os atuais, questionam muito como pode o jogador querer escolher o dia e o horário para jogar.
“Nos últimos anos chove processo em cima de tudo isso aí. E tem a concentração (jogadores processando clubes pedindo hora extra por concentração). Tem muito jogador que pensa assim, são orientados a isso, e isso prejudica muito os clubes”, finalizou Andrés.
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Por Nágela Gaia / Redação da Central do Timão
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