Em seu primeiro ano como jogador do Corinthians, R9 conduziu o Timão a dois títulos dentro das quatro linhas
Após chegada apoteótica em dezembro de 2008, Ronaldo Fenômeno, ídolo mundial do futebol, em quase dois anos e meio de sua passagem pelo Corinthians, atuou dentro das quatro linhas, tendo participação decisiva em dois títulos: o Paulista e a Copa do Brasil.
Contratado em dezembro de 2008, após mais uma grave lesão no joelho, o Fenômeno foi um sucesso de marketing logo em seus primeiros meses como jogador do Timão, mas ainda era considerado uma incógnita como jogador, principalmente por sua forma física e seu doloroso histórico de lesões. Recuperando-se de cirurgia, ficou fora dos primeiros dois meses da temporada de 2009 para retomar seu condicionamento físico.
No dia quatro de março, o até então maior artilheiro da história das Copas do Mundo, entrou em campo pelo Corinthians pela primeira vez, na primeira fase da Copa do Brasil daquele ano, contra o modesto Itumbiara-GO, já no segundo tempo da partida, quando o placar já apontava vitória parcial de 2 X 0 para o Alvinegro, no lugar de Jorge Henrique. Uma atuação tímida do astro.
Mas o melhor estava por vir apenas quatro dias depois. Em Dérbi disputado em Presidente Prudente, no interior do estado paulista, com o Timão em desvantagem, o então comandante corinthiano Mano Menezes, sacou o lateral argentino Escudero para a entrada de Ronaldo. Em poucos instantes em campo, o craque arriscou de fora da área e a bola caprichosamente, bateu no travessão de Bruno.
Mas, já nos acréscimos, quando a vitória palestrina estava encaminhada, Douglas bateu escanteio pela direita e Ronaldo cabeceou firme, para o fundo das redes alviverdes, empatando o confronto, para explosão da Fiel em todo o mundo e para o próprio Fenômeno, que, enfim, estava de volta ao futebol.
“Senhoras e senhores, o Fenômeno voltou!” – bradou o narrador Milton Leite no momento.
Na comemoração, o ídolo mundial, que havia marcado e comemorado tantos tentos, correu para o alambrado, como se fosse uma forma de desabafo, fazendo o mesmo até cair, tamanha felicidade ao lado da torcida corinthiana, em feito histórico retratado posteriormente no CT Dr. Joaquim Grava na campanha “Gol de Muro”, feita pela Nike. Começava ali, de fato, uma bonita trajetória de gols, assistências e lances plásticos protagonizados pelo craque ao lado da Fiel.
No Paulistão, a participação de Ronaldo foi fundamental para a conquista corinthiana no estadual daquele ano de forma invicta. Após marcar contra o Palmeiras, Ronaldo foi decisivo na partida de volta da semifinal da competição, contra o São Paulo, no Morumbi, com participação no primeiro gol alvinegro e golaço anotado na segunda etapa, vencendo Rodrigo na corrida, após lançamento de Cristian, calando a todos que ainda duvidavam de sua forma física, inclusive Leco, diretor Tricolor na época, que, às vésperas do confronto, havia o chamado de “ex-jogador em atividade”
“Estou muito emocionado. Foi uma festa maravilhosa. Acho que foi um grande dia, um grande jogo. O São Paulo está de parabéns, é um grande time, um grande clube. A festa foi incrível, a torcida veio na paz. Agora, o São Paulo não poderia ser perfeito. Tem sempre alguém falando merda, um babaca. Quero ver se esse dirigente vai aparecer falando gracinha” – disparou após o jogo.
Porém, o lance mais genial do craque em sua passagem pelo Alvinegro, foi protagonizado na final do Estadual, contra o Santos, em plena Vila Belmiro. Ronaldo já havia balançado as redes de Fábio Costa após belíssimo domínio de pé direito, batendo rasteiro com o esquerdo.
No segundo tempo, Elias arrancou e viu Ronaldo livre pela direita. O craque então deu um corte seco, de letra, em Triguinho e tocou por cobertura em Fábio Costa, anotando um dos gols mais bonitos de sua gloriosa carreira em um lance que foi reprisado no mundo todo milhares de vezes. Vitória corinthiana por 3 x 1 e nove dedos na taça do Paulista daquele ano. A conquista do Corinthians foi confirmada uma semana depois, com empate por 1 x 1 no Pacaembu.
Na Copa do Brasil, torneio no qual o Corinthians havia sido vice-campeão no ano anterior, Ronaldo também teve participação direta na conquista, em especial, nas oitavas de final, contra o Athletico-PR, quando marcou os dois gols da vitória do Timão no Pacaembu por 2 x 0, revertendo vantagem rival conquistada por 3 x 2 no Paraná e na final, contra o Internacional, onde marcou belo gol após cortar o zagueiro Índio e fuzilar o goleiro Lauro, mesmo sob forte gripe, que ameaçou tirá-lo da partida.
No jogo de volta, no Beira-Rio, participou do empate por 2 x 2 que confirmou a conquista corinthiana em Porto Alegre. Os dois títulos conquistados pelo Timão já no primeiro semestre daquele ano consolidaram Ronaldo como ídolo da Fiel em pouco tempo.
Já no segundo semestre, mesmo cercado por pequenas lesões, Ronaldo brilhou quando esteve em campo, como em seu hat-trick anotado contra o Fluminense, no Pacaembu, no golaço marcado contra o Santo André e nos dois gols anotados novamente contra o Palmeiras, também em Presidente Prudente, em Dérbi válido pelo returno do Brasileiro daquele ano.
Por Gabriel Salvati / Redação Central do Timão
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