Cauê trabalhou como padeiro antes de ser jogador, é autor de setes gols no Brasileirão e possui características táticas e físicas com jogadores famosos
A semelhança de Cauê com Jô e Aubameyang não se restringe apenas à aparência, já que o garoto também é rápido como o francês naturalizado gabonense e goleador como o ex-centroavante do Timão, a mesma posição que o aspirante ocupa na equipe sub-17.
Cauê é o autor do maior número de gols do time do Parque São Jorge, que disputou a final do Brasileirão sub-17 contra o Flamengo, neste sábado, às 10h, no Pacaembu. O jogador contou ao Globo Esporte.com que gosta do Aubameyang, mas que já ouviu outras pessoas se lembrarem de Jô ao olhar para ele.
“Gosto do Aubameyang, sim. Mas me falaram que pareço também com o Jô, pelo tamanho, e até um pouco pelo futebol, também. Minha característica é de sair muito da área, não gosto de ficar pregado lá. Gosto de me movimentar. Mas a verdade é que meu ídolo é Ronaldo. Era bem novinho, mas vi ele jogando pelo Corinthians”, disse.
Ele marcou nove gols na temporada e sete no Brasileirão.
Da realidade comum ao sonho de ser jogador
Apesar da pouca idade, Cauê sempre se esforçou para ajudar a família. Com dois irmãos, um de 11 e outro de 21 anos, ele iniciou os trabalhos em uma padaria ao lado do pai, na cidade de Guará, interior de São Paulo. Desta forma, a mãe poderia ficar mais tranquila cuidando do caçula.
“Quando eu era menor, trabalhava com estamparia. Não gostava, mas era para ajudar meu pai, trabalhava com ele. Estudava cedo, à tarde trabalhava, e, depois, umas quatro da tarde, costumava treinar. Depois, parei de treinar e fiquei só no trabalho. Antes de tudo isso, trabalhei numa padaria. Tinha 13 para 14 anos. Era novinho”, explicou.
Ainda nesta fase, se iniciaria a carreira de Cauê no futebol. Com 14 anos ele se destacou em um campeonato regional da cidade e recebeu uma chance para fazer parte da equipe do Novorizontino. Fez testes durante uma semana e foi aprovado pelo clube.
No entanto, nem sempre as coisas deram certo para o aspirante. Logo no primeiro ano atuando pelo Tigre, Cauê precisou realizar uma cirurgia no dedo, ficando fora por quase uma temporada inteira, no sub-15.
“Estava treinando lá um dia, o campo estava molhado. Fui tentar dar um bote para roubar a bola e escorreguei. Para não cair com tudo, apoiei a mão no chão, meu dedo entrou embaixo da grama e cai em cima, aí torceu. Inchou, ficou roxo… Esperei um mês. Fui no médico e virou caso de cirúrgico. Fiquei o ano todo fora”, relata Cauê, que até hoje joga com uma proteção na região.
Mas dias melhores do jogador viriam na seqüência, alguns meses depois. Pela equipe sub-17, marcou 24 gols em 26 jogos. Nesta temporada, disputou a Copinha com o Novorizontino e ficou no banco de reservas por seis jogos do time profissional. Entrou em um.
Veloz e artilheiro
Além de ser o maior goleador do elenco sub-17, Cauê também é o garoto das arrancadas no Timãozinho. Por jogo, são 27 sprints. No Brasileirão da equipe aspirante, o artilheiro alvinegro já chegou à 323 corridas em alta velocidade. Já o segundo colocado, Danilo, a título de comparação, alcança uma média de 22 por jogo e ainda não passou dos 300 (são 285 sprints) nos 13 jogos da competição.
Cauê assinou com o Corinthians em abril desta temporada. O contrato é válido até 31 de março de 2022. Logo que saiu do Novorizontinho, o centroavante tinha outras propostas. Contudo, segundo ele, teve uma razão para escolher o Timão.
“Pode ser que se estivesse lá até hoje, já teria jogado pelo profissional até mais vezes. Estreei com 16 anos, contra a Ferroviária, no Paulistão. Lá, foi uma experiência muito boa e consegui trazer isso para o Corinthians. Meus empresários tinham propostas de vários clubes, mas eu preferi o Corinthians. Escolhi pela grandeza. Corinthians é Corinthians.”
Por Amanda Koiv / Redação Central do Timão via GloboEsporte.com
2019 @ Central do Timão - Todos os direitos reservados