O impasse em torno da chegada de Fred Luz ao Corinthians chegou ao fim nesta terça-feira, 23, com a assinatura do contrato entre o sócio da Alvarez & Marsal e o time do Parque São Jorge. E conforme adiantado pela Central do Timão em matéria no último sábado, 20, o executivo não terá no clube o cargo de CEO, conforme havia sido prometido pelo presidente Augusto Melo em sua coletiva de apresentação.
O documento assinado é muito diferente daquele inicialmente apresentado pela Alvarez & Marsal ao Corinthians, e que não foi assinado pois possuía termos e condições com os quais o clube não concordava, e que na visão da diretoria e outras lideranças políticas do Alvinegro, inviabilizaram a formalização da parceria naquele momento – opinião compartilhada pelo compliance corinthiano.
A Central do Timão revelou em matéria no dia 9 que as maiores discordâncias iniciais eram o fato de apenas a Alvarez & Marsal ter o direito a uma compensação em caso de rescisão unilateral e, também, o documento não estar redigido em nome do executivo, mas sim de sua empresa, que prestaria um serviço ao clube indicando o nome de Fred Luz como CEO. E para o clube, apenas uma pessoa física poderia ser CEO.
Por conta disso, os termos do contrato foram rediscutidos, com o clube apresentando as ressalvas do compliance e propondo alterações. As condições desiguais de rescisão deixaram de existir, mas Fred não abriu mão de ser representado pela Alvarez & Marsal no documento. Por conta disso, o executo não terá o cargo formal de CEO na estrutura administrativa do Alvinegro.
Ao invés disso, o Corinthians celebrará uma parceria com a empresa, que fará uma “consultoria”. Representantes do clube garantes que as competências de Fred Luz seguirão as mesmas, tratando o executivo como um “CEO sem nomenclatura” que ainda terá como tarefas prioritárias estabelecer metas às diretorias do clube e reestruturar o clube financeira e administrativamente.
No entanto, o acordo firmado prevê que o executivo terá que se reportar não apenas ao presidente Augusto Melo, mas também a um “comitê gestor”, formado por pessoas de confiança do mesmo. Não se sabe, ainda, a composição desse comitê, mas ele deverá avaliar os projetos apresentados por Fred Luz, além de executá-los em parceria – o que põe em dúvidas o real alcance da sua autoridade na nova hierarquia do clube.
Ainda há preocupações, também, com um possível conflito de interesses com a EY, parceira atual do clube em diversos projetos de consultoria financeiro-administrativa. Afinal, a mesma é concorrente da Alvarez & Marsal no mercado e vê com apreensão a possibilidade ter que reportar seus projetos a Fred Luz. O Corinthians, porém, garante que tal conflito não existe, por se tratarem de parcerias com escopos diferentes.
Fred Luz já estava trabalhando no Corinthians desde sua apresentação, se reunindo com as diretorias, iniciando o estabelecimento de diretrizes e até mesmo procurando credores do clube para conversar sobre renegociações. Seu contrato tem vigência até o final de 2026, quando se encerra o mandato de Augusto Melo.
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