Na tarde desta terça-feira, 25, Alex Cassundé, intermediário do contrato de patrocínio entre o Corinthians e a VaiDeBet, prestou depoimento na 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC). Na última segunda-feira, a Justiça determinou a apreensão do telefone do empresário a pedido dos investigadores.
A Polícia Civil deseja entender o motivo da transferência de valores para uma empresa de fachada, a Neoway Soluções Integradas, registrada em nome de uma “laranja”, e como essa transação ocorreu. A Rede Social Media Design, de propriedade de Cassundé, transferiu cerca de R$ 1 milhão dos R$ 1,4 milhão de comissão pagos pelo Corinthians. A polícia trabalha com a hipótese de lavagem de dinheiro.
O advogado Claudio Salgado, que representa o empresário no inquérito, solicitou sigilo nas investigações, argumentando que o Corinthians possui a maior torcida do Brasil, o que poderia representar perigo para os investigados. Salgado concedeu uma entrevista à imprensa na porta da delegacia nesta terça-feira, durante o depoimento de Cassundé à polícia.
O advogado afirmou que Alex Cassundé responderia a todas as perguntas e que não houve envolvimento de corrupção nas transações de seu cliente. Ele foi breve ao ser questionado se havia uma razão para os repasses feitos à Neoway: “Sim, existe. E é bastante razoável.”
Claudio Salgado negou a acusação de lavagem de dinheiro e afirmou que Augusto Melo, presidente do Corinthians, não sabia sobre os repasses. Ele também destacou que a relação entre Cassundé e o mandatário alvinegro se restringia apenas à área de marketing, além de confirmar a existência de um documento que comprova a intermediação do patrocínio. “Tem uma comissão de fato, regularizada, tudo certinho“, alegou.
Sobre a empresa laranja, o advogado afirmou que seu cliente não tinha conhecimento desse fato e que, se tivesse, não teria efetuado o negócio. Salgado também foi questionado sobre a relação de Cassundé com Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing do Corinthians, que foi desligado do cargo após o início das investigações. “Relação comercial, de trabalho normal, nada mais do que isso, pouca amizade“, encerrou.
O escândalo levou a VaiDeBet a rescindir o contrato de patrocínio de R$ 370 milhões com o Corinthians, cinco meses após o anúncio da parceria, utilizando uma cláusula anticorrupção presente no acordo. A casa de apostas já havia realizado o pagamento de R$ 66 milhões ao clube desde janeiro.
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