Desde 2021, o Corinthians tem enfrentado uma complicada situação financeira e jurídica envolvendo a empresa Taunsa, do setor de agronegócio, que inicialmente fechou um acordo de patrocínio, mas acabou deixando o clube na mão com um calote. Entretanto, antes mesmo da parceria ser firmada, importantes figuras dentro do clube alertaram sobre os riscos envolvidos, mas o presidente Duilio Monteiro Alves decidiu prosseguir, assumindo o risco.
Os alertas vieram de Herói Vicente, ex-diretor jurídico do Corinthians, e Lineu Peinado, que aconselharam a diretoria alvinegra sobre a possibilidade de não receber o dinheiro acordado. Em entrevista ao Alambrado Alvinegro, ambos detalharam como deram o aviso, e o presidente optou por prosseguir mesmo assim.
“Isso com a Taunsa foi feito e foi orientado que a empresa tinha problemas que ela não apresentava. Só que eu não sou o dono, nem o dirigente. Então, a gente apresenta a análise de risco e, se o presidente e a diretoria quiserem assumir (o risco), eles assumem. Naquele momento, o presidente Duilio falou: ‘vou correr o risco’. Ele apostou” – disse Lineu Peinado.
“Ele criou uma propriedade de marketing, que até então não existia, gerando uma receita. Eu perguntei para o diretor financeiro antes da contratação e ele me assegurou que a contratação do Paulinho tinha base financeira para suporte. Então, não é que uma coisa estava atrelada a outra, mas a alteração foi construída de uma forma como um ‘naming rights’ dos jogadores, dada as devidas proporções. Veja só, ele iria ser contratado de qualquer forma (Paulinho) e ele se machucou. O primeiro dia que eu soube que iam contratar o Paulinho eu perguntei por que não fazer um seguro para ele. Isso tudo é risco, o gestor assume riscos.“ – disse Herói Vicente.
Herói Vicente foi diretor jurídico do Corinthians desde 2021, quando Duilio se tornou presidente, até junho do ano seguinte, quando renunciou. Ele era originalmente parte da oposição à chapa Renovação & Transparência no conselho do clube, mas acabou aceitando um convite do presidente. Há especulações sobre sua possível candidatura à presidência, que não foram totalmente descartadas durante a entrevista.
A relação entre o clube e a Taunsa começou em 15 de dezembro de 2021, quando o Corinthians a anunciou como sua patrocinadora. Parte do acordo incluía os agricultores associados à Taunsa contribuindo para o salário de Paulinho, que estava voltando ao clube. Ambos foram apresentados no mesmo dia, com Paulinho chegando ao Parque São Jorge em um caminhão. A expectativa de arrecadação era de R$ 28,8 milhões, com R$ 20 milhões indo para o retorno de Paulinho e o restante para o patrocínio em si.
Entretanto, a situação se deteriorou em março de 2022, quando a Taunsa atrasou os pagamentos do patrocínio, alegando problemas de fluxo de caixa. Em abril, o clube suspendeu o patrocínio até que os pagamentos fossem regularizados, o que nunca ocorreu.
A situação continuou se arrastando até dezembro, quando o Corinthians decidiu entrar com uma ação judicial contra a empresa, cobrando mais de R$ 26 milhões. Até o momento, o clube não recebeu os valores devidos, mas o diretor financeiro Wesley Melo e Herói Vicente asseguram que o calote não afetará o clube na medida em que podem arcar com os vencimentos do volante Paulinho.
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