A polêmica relação entre Corinthians e Júnior Moraes durou pouco mais de um ano, sendo encerrada no último dia 6 de junho através de uma liminar judicial, que rescindiu o contrato entre as partes com cerca de seis meses de antecedência. Mas, afinal, quais problemas motivaram um rompimento entre clube e atacante na Justiça do Trabalho?
A Central do Timão procurou entender dentro do Corinthians se houve, por exemplo, falhas disciplinares ou má relação com os colegas de elenco. Uma fonte presente diariamente no CT Joaquim Grava foi consultada pela reportagem e relatou que o centroavante não teve conflitos do tipo no dia a dia do clube.
A Central do Timão também apurou que houve um único problema que levou a relação entre as partes a ser encerrada com uma rescisão antecipada por uma decisão liminar judicial. O motivo se deu pela própria ida de Júnior Moraes à Justiça em meio à proximidade de um acordo amigável com o Corinthians.
Em entrevista recente, inclusive, o gerente de futebol Alessandro Nunes confirmou que o Corinthians estava perto de entrar em um acordo amigável pela rescisão com o jogador. A reportagem ouviu relatos de que o clube se sentiu “traído” e foi surpreendido com a decisão de Júnior Moraes em resolver a situação na Justiça.
“Na verdade, eu estava conversando com o Júnior, sem a participação de ninguém. Estávamos conversando para fazer uma rescisão em comum acordo. Isso para que ele pudesse escolher, na próxima janela, seu futuro profissional”, disse Alessandro, no início de junho.
“É um atleta que pretende ainda ter uma sequência. Nós já havíamos colocado os valores para pagar a ele parceladamente. Fomos pegos de surpresa quando ele entrou com uma ação trabalhista em que pede sigilo”, completou.
Processo de Júnior Moraes
Há pouco menos de três semanas, Júnior Moraes entrou com uma ação contra o Corinthians na 43ª Vara do Trabalho de São Paulo cobrando o valor de R$ 3,8 milhões de FGTS e pedindo a rescisão contratual. O pedido de rompimento do vínculo foi aceito pelo juiz Victor Goes de Araújo Cohim Silva em 6 de junho.
Cohim Silva argumentou que “a relação entre as partes se encontra insustentável”, principalmente após o gerente de futebol do Corinthians, Alessandro Nunes, dizer que Júnior Moraes é “covarde e mentiroso” em entrevista no dia 3 de junho. Para o magistrado, “os efeitos da quebra de contrato são positivos para ambas as partes”. O vínculo era válido até dezembro.
Victor Goes de Araújo Cohim Silva entendeu que as declarações de Alessandro, além de ofensas proferidas a Júnior Moraes por torcedores nas redes sociais, podem representar “risco à integridade física e à saúde mental” do jogador. A defesa do atacante pede indenização por danos morais pelas falas do dirigente alvinegro.
De acordo com a defesa do atacante, o clube também realizou pagamento incorreto de direitos de imagem. Júnior Moraes ainda cobra 13º salário e férias proporcionais, além de indenização pela rescisão antecipada do contrato.
É importante destacar que o processo ainda irá a julgamento. Isso significa que a Justiça do Trabalho vai julgar se Júnior Moraes tinha ou não razão ao entrar com ação para rescindir o contrato com antecedência. A parte considerada culpada terá de indenizar a outra.
Passagem de Júnior Moraes pelo Corinthians
O centroavante chegou ao Corinthians em março de 2022, após se destacar pelo Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, mas não engrenou. Durante a passagem pelo clube, conviveu com lesões e não conseguiu ganhar sequência. Júnior Moraes está afastado do elenco alvinegro pelo técnico Vanderlei Luxemburgo desde o dia 12 de maio.
Desde então, o atleta vinha seguindo uma “programação específica” de treinos ao lado de jogadores que estão fora dos planos do Corinthians, como o zagueiro Balbuena, que tem contrato somente até o próximo dia 30, e o meio-campista Luan. O centroavante deixa o clube após apenas 21 jogos e um gol marcado.
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