O atacante Nathan Palafoz foi citado por apostadores em conversas da investigação do Ministério Público de Goiás (MP-GO), na Operação Penalidade Máxima II. O jogador teria se envolvido em um esquema de manipulação de resultados na Série A do Brasileirão quando ainda tinha contrato com o Corinthians e estava emprestado ao Avaí, em 2022.
O ge.globo divulgou, na manhã desta quarta-feira, 10, que o nome de Nathan Palafoz aparece em conversas entre apostadores pelo aplicativo WhatsApp. As mensagens dão conta de que o centroavante teria recebido R$ 15 mil para sofrer um cartão amarelo no empate por 1 x 1 entre Avaí e Athletico-PR, pela 26ª rodada do Brasileirão de 2022.
Um comprovante de pagamento feito pela pessoa física Camila Silva da Motta mostra um depósito de R$ 15 mil (veja abaixo) na conta de Nathan Palafoz como um “sinal” para cumprir o acordo com os apostadores. O pagamento foi feito em 9 de setembro, dois dias antes do jogo em questão. O jogador entrou em campo aos 28 minutos de segundo tempo, mas não sofreu cartão amarelo e teria devolvido o dinheiro aos apostadores.
A aposta que envolvia o cartão amarelo não aplicado a Nathan Palafoz seria uma “múltipla de 4”. A punição ao atacante seria combinada com outras três ações simultâneas. A aposta não funcionou, uma vez que o centroavante não foi advertido pelo árbitro Paulo Cesar Zanovelli da Silva.
De acordo com as conversas que o MP-GO teve acesso, um dos apostadores com o codinome “BL” sugere envolver Nathan porque o jogador seria um “filhão do técnico” do Avaí, que na época era Eduardo Barroca, algo que aumentaria as chances dele entrar em campo na partida. O atacante e o treinador também trabalharam juntos no sub-20 do Corinthians, entre 2018 e 2019.
O agente de Nathan Palafoz, Jorge Moraes, disse desconhecer o caso em contato com o ge.globo.
Nathan fez apenas sete jogos pelo Avaí quando esteve emprestado pelo Corinthians, sendo o último deles em 2 novembro de 2022. O jogador foi repassado ao Nova Iguaçu para a disputa do Campeonato Carioca em 2023, antes de rescindir seu vínculo com o clube alvinegro para acertar em definitivo com o FK Riteriai, da Lituânia, no final de fevereiro.
Entenda o caso investigado pelo MP-GO
Uma nova denúncia sobre manipulação de resultados no futebol brasileiro foi apresentada pelo Ministério Público de Goiás. O órgão investiga jogos das Séries A e B do Brasileirão de 2022, além de partidas dos campeonatos estaduais de 2023. Os clubes e as casas de apostas são tratados como vítimas no caso.
Pelo menos 20 jogos vêm sendo analisados pelo MP. A nova denúncia foi iniciada a partir de busca e apreensão de equipamentos em fases anteriores da Operação Penalidade Máxima. A Justiça já tornou réus 16 pessoas.
Os casos investigados envolvem apostas para lances variados, como punições com cartões, amarelos ou vermelhos, e pênaltis cometidos. O apostador Bruno Lopez de Moura é visto pelo MP como líder da quadrilha no esquema de manipulação de resultados. Ele já havia sido detido na primeira fase da Operação Penalidade Máxima.
Diversos jogadores de clubes das Séries A e B vêm sendo apontados nos últimos dias como participantes do esquema. Entre eles, estão os zagueiros Eduardo Bauermann (Santos) e Vitor Mendes (Fluminense), o lateral-direito Nino Paraíba (América-MG), o lateral-esquerdo Pedrinho (Athletico-PR), o volante Richard (Cruzeiro), o meio-campista Nathan (Grêmio) e os atacantes Dadá Belmonte e Matheusinho (ambos do América-MG).
Veja as reproduções das conversas entre os apostadores e o pagamento feito a Nathan Palafoz:
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