Adilson Monteiro Alves, um dos idealizadores da Democracia Corinthiana e pai do presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, defendeu a manifestação da equipe feminina do clube acerca da contratação do técnico Cuca. Nesta segunda-feira, 24, o dirigente utilizou as redes sociais para compartilhar o texto das atletas e reforçou que elas têm o direito de se expressar.
“Democracia Corinthiana há mais de 40 anos pressupõe direitos, inclusive liberdade de opinião e expressão (…) As brabas, nossas queridas atletas campeãs, e nosso orgulho, conhecem e vivem essa filosofia e, democraticamente, assim como fizeram muitos de nossos atletas através da história, se manifestaram. Vão Brabas! Vai Corinthians!”, publicou o dirigente em seu perfil no Instagram.
Diante das controvérsias sobre a contratação de Cuca como treinador da equipe masculina, muitos torcedores e jornalistas questionaram se a campanha “Respeita As Minas” não seria apenas uma estratégia de marketing do clube. Consequentemente, as Brabas decidiram se manifestar no último domingo, 23, durante a estreia do técnico no comando do Timão, contra o Goiás.
Todas as jogadoras e a comissão técnica publicaram a mesma mensagem nas redes sociais, ressaltando a importância do movimento, que combate a violência e luta pelos direitos das mulheres. “‘Respeita As Minas’ não é uma frase qualquer. É, acima de tudo, um estado de espírito e um compromisso compartilhado. Ser Corinthians significa viver e lutar por direitos todos os dias”, dizia a publicação das atletas.
As declarações de Adilson Monteiro Alves, que exerce o cargo de diretor de Responsabilidade Social e Cidadania do Corinthians desde 2021, estão em sintonia com a posição do presidente do clube, que afirmou em entrevista ter conversado com as jogadoras por mais de uma hora e que elas têm “todo o direito de se posicionar”.
A contratação de Cuca tem gerado muita divergência interna e protestos por parte da torcida, devido à condenação do treinador pela justiça suíça em um caso de violência sexual contra uma menor em 1987, quando ainda atuava como jogador. Cuca nega a culpa pelo crime, enquanto o presidente do Corinthians assegura ter realizado uma investigação prévia antes da contratação e expressa convicção na inocência do técnico.
Confira o pronunciamento do dirigente do Timão na íntegra:
“RESPEITA AS MINA, DEMOCRACIA CORINTHIANA, e outros, são movimentos do CORINTHIANS, do TIME DO POVO, (fundado por operários há 113 anos), de seus torcedores, associados, dirigentes, atletas, funcionários.
–DEMOCRACIA CORINTHIANA, há mais de 40 anos pressupõe direitos, inclusive liberdade de opinião e expressão. Pressupõe também deveres, divisão de funções, atribuições, como tenho repetido desde o dia em que assumi nosso futebol, no final de 1981, e não havia democracia: jogador joga, técnico tecnica, diretor dirige, torcedor torce; cada um responde por seus atos e todos têm o direito e o dever de se expressar, contra tudo e contra todos, até contra a ditadura, que vigia na época, e todos, em conjunto, amam, trabalham e lutam pelo TIMÃO.
–AS BRABAS, nossas queridas atletas campeãs, e nosso orgulho, conhecem e vivem essa filosofia e, democraticamente, assim como fizeram muitos de nossos atletas através da história, se manifestaram.
Vão Brabas!
VAI CORINTHIANS!”
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