Um laudo emitido pela empresa The Perfect Link Forensics, especializada em perícia forense, diz que o lateral-direito Rafael Ramos, do Corinthians, não cometeu injúria racial contra o meio-campista Edenilson, do Internacional. O jogador colorado acusa o português de tê-lo chamado de “macaco” no empate por 2 x 2 entre as equipes, em 14 de maio.
De acordo com o laudo contratado pelo Corinthians, Rafael Ramos disse a expressão “f…, mano, c…”, que conta com oito sílabas e oito fonemas. Edenilson diz ter ouvido a frase “f…, macaco”, que possui seis sílabas e seis fonemas. As informações foram inicialmente divulgadas pela “Gazeta Esportiva”.
“A comparação entre os fonemas de ambas as expressões demonstra, além da diferença de extensão da pronúncia (dois fonemas a mais), diferença de tonicidade, sobretudo na segunda palavra, pois o segundo fonema da palavra ‘macaco’, o fonema ‘ka’ é tônico, diferentemente do segundo e último fonema da palavra ‘mano’, o fonema ‘nu’, que é átono”, diz o laudo.
“A análise do vídeo em câmera lenta, somada à análise dos vocábulos pôde comprovar que o que foi pronunciado pelo atleta Rafael Antônio Figueiredo Ramos foi de fato a expressão que este alegou ter pronunciado, ou seja: ‘F… mano, c…’ e não a expressão que o atleta Edenílson Andrade dos Santos julga ter ouvido: ‘F…, macaco’.”
A perícia da empresa The Perfect Link Forensics tem 44 páginas e foi elaborada na última quinta-feira, 2 de junho. Na segunda-feira, 30 de maio, Rafael Ramos foi até a sede do Superior Tibunal de Justiça Desportiva (STJD) para prestar depoimento sobre o caso. De acordo com o advogado do jogador, Daniel Bialski, o lateral-direito voltou a negar a utilização do termo.
No âmbito esportivo, Rafael Ramos pode ser enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). A punição para atos discriminatórios varia de cinco a dez jogos, com multa de até R$ 100 mil. O lateral-direito também se defende na esfera criminal, em investigação conduzida pela Polícia Civil de Porto Alegre.
Relembre o caso
Após o empate por 2 x 2 entre Corinthians e Internacional no Beira-Rio, há pouco mais de duas semanas, o português afirmou que o meio-campista acabou entendendo errado a frase “mano, caralh*”. O defensor chegou a ser preso em flagrante, mas acabou sendo solto após pagamento de fiança de R$ 10 mil. Já o jogador colorado disse que “sabe o que ouviu”.
O Corinthians chegou a contratar uma primeira perícia para apurar a acusação contra Rafael Ramos. Essa leitura labial apontou que não houve ofensa racial por parte do atleta corinthiano. De acordo com os peritos, segundo as imagens analisadas, não é possível que a letra “m”, inicial da palavra “macaco”, tenha sido pronunciada pelo lateral-direito, independentemente do sotaque português do atleta.
Enquanto o caso é analisado pelas autoridades, o técnico Vítor Pereira vem relacionando o jogador normalmente. No último domingo, 29, Rafael Ramos foi titular do Corinthians no empate por 1 x 1 com o América-MG, na Neo Química Arena, pelo Brasileirão. Ele também deve ser titular no próximo compromisso da equipe, contra o Atlético-GO, neste sábado, 4 de junho, às 20h30, em Goiânia.
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