O técnico português Vítor Pereira explicou, nesta sexta-feira, o motivo de ter exposto em entrevista coletiva no último domingo, após o clássico contra o São Paulo, que Róger Guedes não estava tendo compromisso com o Corinthians. Esse seria o principal fato para que o atacante ficasse no banco de reservas no Majestoso e contra o Boca Juniors, na Bombonera.
O treinador elogiou a qualidade técnica do jogador e disse que chegou a ter algumas conversas com o camisa 9 nos últimos dias, mas destacou que precisa exigir o melhor de todos os seus comandados. Para Vítor Pereira, todos os atletas têm de estar em seu melhor nível para o bem da equipe.
“Eu vou tentar, hoje, finalizar esse assunto do Róger (…) Todos os títulos que ganhei na minha carreira foram à base de exigência, compromisso, trabalhar no limite, dar tudo de nós para o clube, estar sempre no melhor nível. Isso são coisas que não se podem negociar. Eu me entrego de corpo e alma todos os dias. A minha exigência tem de ser igual à exigência que eu tenho com meus atletas“, declarou o comandante.
“Portanto, para o Róger e qualquer um deles, para terem oportunidade de expressarem sua qualidade… A qualidade do Róger não tem causa, sei que ele tem qualidade. Mas o compromisso, a entrega, o espírito de sacrifício, entrega, o lutar todos os dias e dizer a mim que quer ajudar, isso não vai com palavras. Já tive uma conversa, duas, três, e quando temos uma, duas, três, é quase como um filho. Ele é um bom menino, mas tens uma, duas, três conversas, e não vê alteração nenhuma…“
“Meus filhos são iguais, não podem vir dizer ‘pai, vou estudar e vou fazer isso’, mas não apresentam resultados e eu não vejo mudança nenhuma em termos de ação, chega uma altura que não adianta conversa. Ou mostra ou não mostra (…) Eu não ponho ninguém de lado, sou de conversar. Agora, não posso conversar uma, duas, três vezes, e o resultado… A conversa vai ser sempre a mesma.“
Vítor Pereira também se mostrou chateado por receber críticas ao tentar, segundo ele, extrair o melhor de seus jogadores, como fez com Róger Guedes. Para o técnico, houve a necessidade de expor o atacante para o mesmo voltar a lutar e se entregar nos treinos e nos jogos, o que não adiantou com conversas particulares.
“Eu, hoje, estou convencido com o Róger, depois de refletir um pouquinho. Não podemos inverter os papéis. Às vezes fico com a sensação, quando ouço comentários e críticas, que, por tentar fazer o melhor para o clube, exigir e pôr todos no mesmo nível, que eu estou mal. Isso não posso aceitar.”
“Quando me dizem ‘não tinha necessidade de expor’, chega uma altura que é preciso expor. Todas as vezes que chego aqui sou cobrado como se eu estivesse mal, e ele bem. Quando falo dele, falo de todos os outros. Você chega ao treino e no jogo, luta, entrega, é competitivo, jogando 10, 20, 30 (minutos), na esquerda, na direita ou no meio, seja onde for, esses vão ter sempre oportunidade comigo. Se eu sentir que não estão a dar o máximo porque estão contrariados…”, disse.
Vítor Pereira encerrou a polêmica dizendo que sempre irá apoiar Róger Guedes, e que até chegou a ver o jogador agindo diferente nos últimos dias. Ele também declarou que, para o bem do clube, espera que o atacante consiga estar em seu melhor nível daqui para frente.
“O Róger e qualquer jogador do Corinthians vai ter sempre meu apoio (…) Nos últimos dias, vi um Róger diferente. Espero, para o bem do clube, meu bem, da torcida e dos objetivos, que ele se entregue, tenha compromisso e tenha seu melhor nível. Isso é o mínimo que podemos fazer para um clube que nos trata como família. Nunca mais vou falar nesse assunto. Isso é verdade, o resto é polêmica”, concluiu o português.
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