O recém-contratado centroavante Júnior Moraes, de 34 anos, anunciado pelo Corinthians na última quarta-feira, foi apresentado pelo clube à imprensa nesta terça-feira (22). O jogador já foi regularizado na CBF e inscrito no Paulistão, e está liberado para realizar sua estreia com a camisa alvinegra contra o Guarani, quinta-feira (24), às 19h (de Brasília).
Entre os temas abordados na entrevista coletiva, o atacante, que é naturalizado ucraniano, comentou sobre a guerra na Ucrânia, que foi invadida pela Rússia há cerca de um mês. Ele disse que ainda está abalado com os acontecimentos no Leste Europeu, e sempre tenta ajudar o povo do país da melhor maneira possível.
“Ainda é muito difícil falar sobre isso para mim. Não consigo e não quero desligar. Enquanto tiver guerra, vou estar conectado com as pessoas de lá, vou estar tentando ajudar o máximo. Diariamente, eu converso com pessoas que ainda estão lá, às vezes precisam de suporte para a família ou de alguma coisa”, declarou o novo camisa 18 corinthiano.
“Tenho muita, muita amizade com o povo ucraniano, pessoas do clube, da federação, do dia a dia. É assunto que mexe, eu ainda não consigo sorrir do jeito que gostaria, acredito que só vou conseguir fazer isso quando a guerra parar. A única esperança que eles (ucranianos) têm, é essa guerra parar. Muitos deles, famílias já foram embora para se manterem seguros. Hoje eles se encontram em bunker ou dentro de casa, sozinhos, só à espera de um milagre, que é essa guerra acabar.”
Júnior Moraes também comentou sobre os atletas brasileiros que vão para a Ucrânia em busca de melhores oportunidades, seja na segunda divisão, no futebol feminino ou até no futsal. O centroavante lamentou o fato do conflito na Europa ter interrompido o sonho de muitos jovens, e disse que sempre procura ajudá-los da forma que pode.
“É muito triste saber que existem jogadores que estavam indo para a Ucrânia procurando desafios, contrato melhor, oportunidade melhor de jogar. Nesse último ano, triplicou o número de brasileiros que foram para a Ucrânia, na segunda divisão, futebol feminino e futsal. Começaram a ter mais oportunidades no país, e é muito triste.”
“Não falo tanto pelos jogadores do Shakhtar, são jovens, têm procura e são badalados. Acredito que é mais complicado para os jogadores que não são tão conhecidos e estavam indo buscar espaço na Ucrânia. Não converso com todos, mas tem alguns que tenho contato por telefone, pedem ajuda e oportunidade em alguns clubes. Tento ajudar da forma que eu posso“, concluiu o atacante de 34 anos.
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