Oposição do Corinthians pede que Comissão de Ética investigue suposto pagamento de propina

• Por Larissa Beppler / Redação da Central do Timão

Conselheiros do Movimento Corinthians Grande protocolaram um pedido na Comissão de Ética e Disciplina do clube para que se investigue o caso envolvendo o conselheiro vitalício Jacinto Antônio Ribeiro e o ex-presidente da torcida organizada Gaviões da Fiel, Alexandre Jacobina, mais conhecido como Jarrão.

No final de fevereiro, Jarrão foi acusado de cobrar R$ 10 mil do conselheiro alvinegro para conter os protestos voltados à gestão das categorias de base do clube. Em reunião extraordinária, a organizada decidiu desligar o então vice-presidente, após o caso vir à tona. A Central do Timão apurou que foi o próprio conselheiro, conhecido como Jaça, quem procurou a torcida para apresentar as provas da extorsão.

O presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, e ainda o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Alexandre Husni, manifestaram-se na ocasião, por meio de nota oficial. O Corinthians revelou estar ciente e acompanhando os desdobramentos do caso. Já o presidente do Conselho alegou que o órgão procederia à apuração dos fatos em conformidade com o estatuto do clube.

À Central do Timão, na época, Jaça afirmou que lamentava o envolvimento de seu nome no episódio e que estaria à disposição do Conselho Deliberativo a fim de prestar os devidos esclarecimentos.

Em nota divulgada pelo Movimento Corinthians Grande nesta quarta-feira (09), os conselheiros pedem que a comissão disciplinar investigue os fatos para que “se tome providências jurídicas a respeito“.

Confira a íntegra do pedido encaminhado à Comissão de Ética:

Prezados Srs. Presidentes,

Visando a mais regular transparência nas relações entre os membros do Conselho Deliberativo e da Diretoria do SCCP, na qualidade de membros do Conselho Deliberativo do SCCP, vimos, através do presente, expor e requerer o quanto segue.

Em 26 de fevereiro a Diretoria do Sport Club Corinthians Paulista publicou em seu sítio a Nota Oficial denominada “Expulsão nos Gaviões da Fiel” https://www.corinthians.com.br/noticias/nota-oficial-expulsao-nos-gavioes-da-fiel Fiel”:

Em referido comunicado a Diretoria externa sua ciência e “repúdio às práticas de extorsão e ameaças a qualquer um de seus sócios, na certeza de que a relação entre o Corinthians e as organizadas deve se manter sempre dentro dos limites da lisura e da civilidade”.

Em comunicado publicado em suas redes oficiais, a torcida Gaviões da Fiel informa que expulsou seu vice-presidente da agremiação, o Sr. Alexandre Jacobina (“jarrão”) por suposta relação financeira com o Conselheiro Vitalício do clube Jacinto Antonio Ribeiro para direcionar protestos no clube.

Ainda, circularam pela imprensa¹ os comprovantes dos pagamentos feitos ao associado da torcida Gaviões da Fiel em nome da empresa de agenciamento de atletas denominada LLASPORTS 10 AGENCIAMENTO E EVENTOS EIRELI, inscrita no CNPJ sob o n° 34.541.671/0001-81, com endereço à Rua Benedito Fernandes 545, sala 1314, Santo Amaro, São Paulo, SP, CEP 04746-110, em nome de Anderson da Silva, CPF 329.699.748-27, RG 443851682 – SP, Residente à Rua Vicente Luis dos Passos, 31, B, Jardim Iporanga, Sao Paulo – SP, Cep 04828-180.

Diante dos fatos narrados, requerem que seja iniciado perante essa E. Comissão de Ética apuração para a oitiva de todos os envolvidos e o estabelecimento da verdade dos fatos amplamente noticiados, bem como que caso seja constatada qualquer infração legal ou estatutária, que os responsáveis sejam punidos,

Ainda, requer-se que seja dada publicidade aos conselheiros abaixo assinados e aos membros da Comissão de Ética de todos os contratos, memorandos, emails e negociações envolvendo a empresa LLASPORTS10 AGENCIAMENTO E EVENTOS EIRELI e/ou seu representante legal, o Sr. Anderson da Silva, para que se apure qual a relação dessa empresa e de seu sócio com a Diretoria do Sport Club Corinthians Paulista ou com qualquer outro membro do Conselho Deliberativo.

Por fim, caso exista um departamento de compliance, que o mesmo seja notificado de todo o procedimento para que também apure internamente as responsabilidades, bem como faça as recomendações de fato e de direito com relação aos envolvidos e às relações de intermediação que por ventura possam existir.