Revelado pelo Corinthians e campeão do Brasileirão em 2017, Maycon, que defende o Shakhtar Donetsk desde 2018, está isolado no porão de um hotel na Ucrânia ao lado de outros jogadores brasileiros em meio aos conflitos do país com a Rússia.
Em live com o jornal LANCE!, o volante diz que, neste momento, só pensa em sair da Ucrânia e retornar ao Brasil, para depois começar a projetar a sequência de sua carreira.
“Eu não parei para pensar nessas hipóteses (continuação da carreira) eu só estou pensando mesmo em uma forma de sair daqui bem, eu, minha família e meus colegas, que a gente possa sair bem. Claro que é uma situação muito complicada e estamos muito tristes com isso mas a minha cabeça só pensa em sair daqui”, disse o ex-camisa 8 do Timão.
“Só penso em poder ir para o Brasil novamente e ver depois o que vai acontecer, como vai ficar a Ucrânia. Isso é uma coisa que depois eu penso, hoje meu maior foco é sair bem, todos em segurança, e que tudo possa ocorrer da melhor maneira possível.”
Há de se destacar que, apesar de ser de Donetsk, o Shakhtar precisou se transferir para Kiev a partir de 2014, quando a então cidade-sede do clube se declarou independente da Ucrânia por conta de conflitos geopolíticos.
Maycon disse que os brasileiros estavam tranquilos e não imaginavam que uma guerra pudesse acontecer neste momento, já que os desentendimentos entre as nações acontecia apenas nas fronteiras. O volante acredita que uma batalha não pode ser julgada como normal.
“A gente sabe que teve uns conflitos em 2014, mas para nós, estávamos tranquilos em Kiev. A gente sabe que a situação na fronteira é muito complicada, sempre teve uma tensão muito grande nesses anos, mas o que passavam é que (o conflito) era nas fronteiras, e a situação estava controlada”, explicou.
“Claro que tinham riscos lá, mas como o clube não frequentava esses lados, principalmente esse leste europeu, apesar do clube ser de Donetsk e Donetsk ser uma das regiões, o clube veio para Kiev quando estourou a primeira guerra em 2014, e aqui era uma vida muito tranquila. A gente tem muitos medos na carreira, mas uma guerra é uma coisa muito além do que qualquer um imagina. É uma coisa que não pode ser julgada como normal.“
Por fim, o jogador disse que os brasileiros estão em uma sala bem segura em um hotel, e se mostrou confiante em um desfecho positivo nessa história.
“A gente está em uma sala bem segura. Dizem que tem uma proteção boa em relação aos outros lugares do hotel. Claro que a gente não pode ter certeza de muitas coisas, mas acreditamos que estamos seguros, aparentemente. Estamos apreensivos, mas confiantes que tudo, se Deus quiser, vai acabar bem“, concluiu o meia.
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