Ídolo, multicampeão e maior símbolo da era mais vitoriosa da história do Corinthians, Cássio concedeu entrevista exclusiva à plataforma “The Players Tribune” e comentou sobre diversos assuntos, como o momento de sua chegada ao clube, em dezembro de 2011 e o título do Mundial de Clubes da FIFA de 2012, sobre o Chelsea, da Inglaterra.
O goleiro também falou sobre a conquista do Campeonato Paulista de 2018, em cima do Palmeiras, no Allianz Parque, casa do arquirrival. Mesmo perdendo o primeiro jogo da decisão por 1×0, na Neo Química Arena, o camisa 12 revelou que o Timão sentia que reverteria o resultado em solo alviverde
Além disto, o arqueiro afirmou que o gol marcado por Rodriguinho com um minuto de partida, no duelo de volta, foi fruto de tamanha concentração e foco da equipe alvinegra. Por último, Cássio deu detalhes dos pênaltis cobrados por Dudu e Lucas Lima que foram defendidos por ele na decisão estadual.
“Em 2018, houve um tira-teima no Campeonato Paulista. E todos vocês devem se lembrar daquela final. Vínhamos de uma decisão apertada contra o São Paulo, quando, mantendo o tabu, nós os derrotamos em nosso estádio no mata-mata da semifinal”, disse o goleiro.
“Nem todo mundo entende isso, mas, nesses jogos mais decisivos, além do cansaço físico, o desgaste emocional pesa bastante. Então, fomos para o primeiro jogo, em nossa casa, e saímos derrotados: 1×0 pra eles. Vocês podem não acreditar, mas no vestiário, naquele dia, nós já sentíamos que a gente inverteria o resultado e que podíamos ganhar a final na casa dos caras.”
“O tamanho da responsabilidade de ‘ser Corinthians’ é incalculável. É algo diferente. Durante a semana, teve gente que falou muita coisa. Que nós não tínhamos chance porque a torcida adversária faria pressão imensa. Que o Corinthians não teria como superar o Palmeiras lá dentro. Com todo respeito, aqui é Corinthians!”
“Nós entramos tão focados, tão concentrados para fazer um grande jogo, que logo no primeiro minuto saiu o gol do Rodriguinho. Com aquele resultado, a partida foi para os pênaltis. Na hora da decisão, a primeira cobrança era do Palmeiras. Dudu pegou a bola. Eu ainda me lembrava de 2015, quando nós fomos derrotados em casa, na semifinal. Naquela ocasião, o mesmo Dudu tinha convertido, batendo forte no lado direito.”
“Hoje em dia, a preparação dos goleiros com os treinadores é feita com base em levantamentos e estatísticas, e o nosso departamento, o Cifut, faz um trabalho espetacular nesse sentido. Mas algo me dizia que o Dudu ia cobrar no mesmo lado. Então, esperei o máximo que eu pude. A atmosfera do estádio estava carregada, mas eu continuei tranquilo. Dudu chutou forte no canto direito. Eu voei e espalmei a bola pra fora.”
“Depois, ainda defendi outra cobrança, dessa vez do Lucas Lima, forte, no lado esquerdo. O último pênalti a ser cobrado era do Corinthians. A pressão, enorme. Maycon foi pra bola e converteu. Poucas pessoas acreditavam que nós venceríamos, mas nosso time conseguiu. Eu ainda me lembro de correr e de ser abraçado pelos jogadores e pela comissão técnica. Apesar disso, ainda prefiro que os jogos não sejam decididos nos pênaltis. A Fiel não merece tanto sofrimento. Nem a gente”, encerrou.
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