- Por Jadiel Saraiva / Redação da Central do Timão
No meio do futebol, principalmente entre os torcedores dos mais diversos Clubes do Brasil, muito se discute sobre a representatividade destas entidades perante a Confederação Brasileira de Futebol – CBF, tendo em vista a grande importância dos clubes para a promoção como um todo do futebol brasileiro.
Não raro se vê críticas a muitas medidas tomadas pela CBF, que não refletem o desejo dos torcedores, e também em muitos casos, de uma parcela dos dirigentes de Clubes.
Diante de tal situação, qualquer análise estrutural do quadro, do porquê dessa falta de afinidade entre os interesses dos torcedores, alguns dirigentes de clubes e dos mandatários da CBF, depara-se com os critérios de eleição da presidência da CBF.
Os Clubes, que de fato promovem o espetáculo esportivo, que geram a interação com o público e são os verdadeiros responsáveis diretos por toda a movimentação financeira que gera o futebol, já tidos como enfraquecidos perante as Federações Estaduais, levaram um grande golpe em 2017.
Naquele ano, o estatuto da CBF foi alterado para dar mais poderes aos presidentes de Federações Estaduais. As 27 Federações passaram a ter peso 3 nos votos, os 20 Clubes da Série A peso 2 e os 20 Clubes da Série B peso 1. Ou seja, as Federações, caso votem em conjunto, possuem vantagem para eleger o presidente da CBF.
Agora, estando o antigo presidente da CBF Rogério Caboclo afastado, tendo a Justiça anulado tais critérios de pesos e a própria eleição daquele, bem como os Clubes tendo um representante na gestão provisória da entidade, cabe a estes Clubes unirem-se e promoverem uma mudança que proporcione a eles o peso real que possuem no futebol brasileiro.
Ressalta-se que ainda falta o Presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, e o Presidente da Federação Paulista de Futebol – FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, aceitarem a nomeação como mandatários provisórios.
Inclusive, eles querem ter respaldo jurídico e o apoio de Clubes e Federações para terem certeza que suas decisões não serão contestadas futuramente. Eles publicaram a seguinte nota oficial:
“Os presidentes da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, e do Clube de Regatas do Flamengo, Rodolfo Landim, informam que analisarão em conjunto com federações, clubes e advogados a decisão da Justiça do Rio de Janeiro que os nomeia interventores da Confederação Brasileira de Futebol. Tão logo tomem uma decisão, os presidentes da FPF e do Flamengo se manifestarão publicamente.”
Caso aceitem, eles terão o papel de convocar uma nova assembleia para que seja decidido os critérios para definição dos novos dirigentes da CBF. Com isso, será possível a realização de nova eleição para escolher o mandatário máximo da entidade nacional.
Importa lembrar que, recentemente, os Clubes da Séries A e B, aproveitando o momento estratégico com o afastamento de Rogério Caboclo, acusado de assédio sexual e moral por uma funcionária da CBF, uniram-se para fundar uma Liga que tenta organizar o Campeonato Brasileiro das próximas temporadas.
Portanto, o momento se mostra propício para os Clubes de Futebol, caso queiram, contra-atacarem o sistema vigente , estabelecendo novas diretrizes, onde eles tenham peso na tomada de decisões, refletindo a importância que representam para o futebol brasileiro.
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