Depois das Seleções das décadas de 50, 60, 70 e 80, eis a Seleção da década de 90.
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A década da Copa de Brasil de 95.
A década dos títulos paulistas de 95, 97 e 99.
A década de derrotas dolorosas nos Campeonatos Paulistas de 91, 93 e 98, Campeonatos Brasileiros de 91, eliminado pelo STJD-RJ, 93 e 94 e Libertadores de 99-00.
A década do primeiro título mundial reconhecido pela FIFA no dia da graça de 14/01/2000 para desespero dos rivais.
A década do surgimento de um novo ídolo: Marcelinho Carioca.
A década de uma mudança de patamar. Foram 4 títulos nacionais e 1 Internacional, o maior de todos, até então.
Na década de 90, o Corinthians conquistou 3 títulos paulistas em 1995, 1997 e 1999, além das inéditas, Supercopa do Brasil em 1991, Copa do Brasil em 1995 e 1º Mundial de Clubes da Fifa em 2000.
Foi uma década muita intensa para os corações corinthianos.
Com base em pesquisas no Almanaque do Timão, do Celso Unzelte, leitura de jornais da época, especialmente a Folha de São Paulo, estatísticas, gols, partidas disputadas, títulos, relevância, importância história e vivência da época, montei uma seleção muito forte.
Na década de 90, o esquema tático predominante no futebol brasileiro era o 4-4-2, quatro zagueiros, quatro meio-campistas e dois atacantes.
Goleiro: Ronaldo. De novo. Titular absoluto do Corinthians entre 1988 e 1997, Ronaldo Soares Giovanelli fez 441 jogos e sofreu 473 gols na década de 90. Campeão da Supercopa em 91, Paulista em 1995 e 1997 e da Copa do Brasil de 1995, todos na condição de protagonista, Ronaldo foi um representante da torcida em campo com sua garra, determinação e vontade de vencer. No geral, entre 1988 e 1997, fez 602 jogos, sofreu 571 gol e conquistou 6 títulos, entre eles o Campeonato Brasileiro de 1990. Menção honrosa ao Dida, que foi espetacular em 1999-2000, principalmente quando defendeu dois pênaltis do “carrasco” Raí na semifinal do Brasileiro de 1999.
Zagueiro Central: Confesso que a disputa pela zaga central do Corinthians é extremamente equilibrada na década de 90. Os concorrentes são Marcelo e Célio Silva. Na década de 90, Marcelo fez 172 jogos e quatro gols. Foi campeão da Supercopa em 1991. Os seus parceiros mais costumeiros de zaga foram Guinei, Wilson Mano e Henrique. Célio Silva fez 159 jogos, 17 gols a favor e quatro gols contra. Célio Silva veio do Caen da França exatamente para substituir Marcelo, vendido ao Lyon em meio ao Campeonato Brasileiro de 1993. Célio Silva foi convocado regularmente por Parreira e Zagallo durante o período de preparação para as Copas de 1994 e 1998. Foi titular da Seleção Brasileira no Torneio da França, em 1997, ao lado de Aldair. Isso posto, com dor no coração, porque amo de paixão Marcelo Kiremitdjian, escolho, nessa década, Célio “Canhão” Silva, que fez uma das partidas mais irrepreensíveis de um zagueiro na história do Corinthians, em 21.06.1995, na “Batalha do Olímpico, ocasião em que anulou Jardel, um dos melhores cabeceadores da história do futebol brasileiro e ajudou o Corinthians a ser o primeiro time paulista a vencer a Copa do Brasil de forma invicta.
Quarto-Zagueiro: Carlos Alberto Gamarra Pavón, o maior zagueiro da terra em 1998, eleito para a Seleção da Copa do Mundo sem fazer uma única falta na Copa do Mundo. No Corinthians foram apenas 80 jogos, sete gols e dois títulos: Brasileiro de 1998 e Paulista de 1999, currículo mais que suficiente para ingressar no panteão dos maiores zagueiros da história do Sport Club Corinthians Paulista. Gamarra foi o maior “antecipador” de bolas que vi em toda a minha vida. Era um perito na antecipação e no tempo de bola. Foi um zagueiro completo, mesmo com menos de 1,80 de altura. Foi um prazer inenarrável ver o paraguaio envergar com orgulho a camisa do Corinthians.
Lateral Direito: Giba é o lateral-direito da década de 90. Titular absoluto entre 1989 e início de 1993, Giba fez 119 jogos e 12 gols na década de 90. Giba, inclusive, foi até convocado por Carlos Alberto Parreira para a Seleção Brasileira em 1991. No geral, Giba fez 210 jogos e 17 gols com a camisa do Corinthians entre 1989-1993. Depois de Giba, passaram pela Lateral Direita do Corinthians nomes como Leandro Silva, Luís Carlos Winck, Valdo, Paulo Roberto, Vitor, André Santos, zagueiro improvisado, Carlos Roberto, Rodrigo, Índio e César Prates. Nenhum deles superou o eterno campeão brasileiro de 1990.
Lateral Esquerdo: Silvinho. Oriundo da vitoriosíssima base do Corinthians, Silvinho foi promovido de vez aos profissionais, em 1995, para suprir a carência na lateral-esquerda do Corinthians que, em 1994, teve Elias, Daniel e o tetracampeão Branco em fim de carreira como detentores da posição. Silvinho foi importantíssimo na conquista do título paulista de 1995 ao salvar em cima de linha um gol certo do Palmeiras já na prorrogação. Jogou no meio de campo, em 1997, para a chegada de André Luiz, ex-jogador São Paulo. Titular absoluto em 1998 e até meados de 1999 nas conquistas do Brasileiro de 1998 e Paulista de 1999. Era um ótimo assistente, mas fez pouquíssimos gols durante toda a sua passagem pelo clube. No geral fez apenas dois gols em 269 jogos com a camisa do Corinthians.
Volante: Freddy Eusebio Gustavo Rincón Valencia, o homem que ergueu a Taça de Primeiro Campeão Mundial de Clubes reconhecido pela FIFA, um dos maiores volantes da história do clube e também do futebol no período entre 1998 e 2000. Meia de origem, no Corinthians, Rincón foi recuado à posição de volante no Campeonato Brasileiro de 1998 por Vanderlei Luxemburgo. Formou um dos melhores meios de campo da história do clube, senão o melhor, ao lado de Vampeta, Marcelinho e Ricardinho. Técnica apuradíssima, raça, imposição física e chute forte eram os predicados do colombiano de temperamento fortíssimo. Era ele quem cobrava marcação e menos firulas de Marcelinho e Edílson. Conflitos previsíveis, mas valeram a pena. Campeão Brasileiro em 1998 e 1999, Paulista em 1999 e Mundial em 2000. Rincón fez 10 gols em 137 jogos na década. Em 2004, retornou ao clube e não foi feliz. No geral, fez 11 gols em 157 jogos.
Segundo Volante: Marcos André Batista Santos ou, simplesmente, Vampeta. Contratado, em princípio, para a lateral-direita, Vampeta rapidamente convenceu o treinador Vanderlei Luxemburgo que o seu talento era muito grande para ser desperdiçado na lateral e foi deslocado para o meio de campo. Volante moderno daqueles que armavam e marcavam com a mesma qualidade e eficiência, Vampeta reinou absoluto no meio de campo do Corinthians entre 1998 e 2000. Campeão Brasileiro em 1998 e 1999, Paulista em 1999 e Mundial em 2000. Nessa década, Vampeta 15 gols em 167 jogos. No total, considerando as outras duas passagens, em 2002-2003 e 2007, Vampeta fez 17 gols em 268 jogos, conquistando o Rio-SP e a Copa do Brasil, em 2002, e o Paulista de 2003.
Meia-Esquerda: Ricardinho. Contratado para suprir a saída de Souza, que foi para o rival São Paulo, Ricardinho era o ponto de equilíbrio do meio de campo do Corinthians. O jogador do “timing”, do ritmo, do equilíbrio e cumpridor de todas as funções do meio de campo. Era a peça perfeita que faltava para encaixar ao lado de Rincón, Vampeta e Marcelinho. Na década de 1990, Ricardinho fez 157 jogos e 34 gols. Campeão Brasileiro em 1998 e 1999, Paulista em 1999 e Mundial em 2000. Ricardinho continuou no Corinthians até 2002 quando foi negociado com o rival São Paulo. Voltou em 2006 para a disputa da Taça Libertadores da América, mas não obteve êxito. No geral, Ricardinho fez 66 gols em 277 jogos, além de 57 assistências, segundo dados levantados pelo jornalista Tomás Rosolino.
Meia-Direita: Marcelinho Carioca. A maior contratação da história do clube no quesito custo-benefício pela bagatela de 500 mil dólares junto ao Flamengo em 1993. O maior artilheiro da década com 180 gols em 372 jogos. Campeão Paulista em 1995, 1997, 1999, Campeão da Copa do Brasil de 1995, Campeão Brasileiro em 1998, 1999, Campeão Mundial em 2000. É um dos maiores currículos da história do clube, senão o maior, dispensando maiores apresentações. No geral, Marcelinho Carioca fez 206 gols em 433 jogos, em suas três passagens pelo clube em 1994-1997, 1998-2001 e 2006, além do amistoso de despedida em 2010, na condição de Senhor Centenário.
Atacante: Edílson, o capeta, se notabilizou ao fazer embaixadinhas provocativas ao rival Palmeiras na final do Campeonato Paulista de 1999, mas não foi só: Craque do Campeonato Brasileiro de 1998, segundo a Revista Placar, craque do primeiro Mundial de Clubes organizado pela FIFA, em 2000, Edilson fez uma dupla afiadíssima com Marcelinho e Luizão. Campeão Brasileiro em 1998 e 1999, Paulista em 1999 e Mundial em 2000, Edilson fez 164 jogos e 55 gols pelo clube, um deles inesquecível ao colocar a bola entre as pernas do Ka-rem-beu na partida contra o Real Madrid pela 2ª rodada do Mundial de Clubes de 2000.
Centroavante: Agora vai dar confusão. Ou não. Há dois candidatos: Paulo Sérgio Rosa, o Viola, campeão paulista de 1988, após perambular por São José e Olímpia nos anos de 1990 e 1991, retornou ao Corinthians no ano de 1992. E voltou muito bem. Artilheiro do Campeonato Paulista de 1993, Viola foi o representante do Corinthians na conquista do Tetracampeonato Mundial da Seleção Brasileira em 1994, nos Estados Unidos. Na década de 90, fez 89 gols em 196 jogos com a camisa do Corinthians, conquistando a Copa do Brasil e o Campeonato Paulista no ano da graça de 1995. No geral, fez 105 gols em 283 jogos. O concorrente é Luizão, que estreou no Corinthians no segundo semestre de 1999. Na década de 1990, Luizão fez 52 em 79 jogos, conquistando os títulos de Campeão Brasileiro de 1999, fazendo os dois gols da vitória no segundo jogo contra o Atlético-MG, Campeonato Mundial de Clubes de 2000 e ainda foi artilheiro da Libertadores de 2000 com 15 gols. A escolha é difícil, mas Luizão é o 9 do time da década de 90 pela espetacular média de gols e entrosamento com Vampeta, Rincón, Ricardinho, Marcelinho e Edílson. No geral, Luizão fez 109 jogos e 76 gols entre 1999 e 2002.
Ronaldo, Giba, Célio Silva, Gamarra e Silvinho;Rincón, Vampeta, Ricardinho e Marcelinho Carioca; Edílson e Luizão.
Abaixo os números do Corinthians na década de 90:
Jogos: 754
Vitórias: 348 (46,16%)
Empates: 210 (27,85%)
Derrotas: 196 (25,99%)
Gols pró: 1246 (1,65 por jogo)
Gols contra: 878 (1,16 por jogo)
Saldo: 368
Apenas para efeitos de comparação, seguem abaixo os números do Corinthians nas décadas de 50, 60 e 70:
Década de 50:
Jogos: 639
Vitórias: 397 (62,13%)
Empates: 123 (19,25%)
Derrotas: 119 (18,62%)
Gols pró: 1561 (2,44 por jogo)
Gols contra: 893 (1,39 por jogo)
Saldo de gols: 668
Década de 60:
Jogos: 599
Vitórias: 312 (52,09%)
Empates: 142 (23,70%)
Derrotas: 145 (24,21%)
Gols pró: 1165 (1,94 por jogo)
Gols contra: 731 (1,22 por jogo)
Saldo de gols: 434
Década de 70:
Jogos: 702
Vitórias: 329 (46,87%)
Empates: 221 (31,48%)
Derrotas: 152 (21,65%)
Gols pró: 929 (1,32 por jogo)
Gols contra: 573 (0,81 por jogo)
Saldo de gols: 356
Década de 80:
Jogos: 692
Vitórias: 305 (44,08%)
Empates: 237 (34,24%)
Derrotas: 150 (21,68%)
Gols pró: 932 (1,34 por jogo)
Gols contra: 603 (0,87 por jogo)
Saldo: 329
Os números foram pesquisados no Almanaque do Timão de Celso Unzelte.
No próximo texto, a Seleção da Década de 2000. A década de Ronaldo Fenômeno e Carlitos.
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