Pergunta difícil, não é mesmo?
Dificílima, pois não vi ninguém desse período jogar, exceto em pequenos vídeos disponíveis na internet.
Dessa forma, as escalações foram feitas a partir de pesquisas no Almanaque do Timão, do Celso Unzelte, e leitura de jornais da época, especialmente a Folha de São Paulo.
A seleção foi baseada em estatísticas, ou seja, gols, partidas disputadas, títulos e relevância histórica.
Destaca-se que as seleções foram escolhidas com base nos esquemas táticos dominantes de cada década.
Na década de 50, no melhor momento do Corinthians, o esquema era o 2-3-5, também conhecido como Pirâmide ou Formação Clássica, ou o 3-2-5, também conhecido como WM.
Adiante.
Todas as escolhas serão explicadas através do número de jogos, gols, títulos e importância histórica na década.
Na década de ouro, o Corinthians conquistou os seguintes títulos:
Bicampeonato Paulista em 51-52, Pequena Taça Mundo da Venezuela em 1953, Rio-São Paulo em 1953-1954, Campeonato Paulista do IV Centenário da Cidade de São Paulo em 1954, o Torneio Internacional Charles Muller em 55 e a Taça dos Invictos em 56-57.
Foi um dos períodos mais felizes e vencedores da história alvinegra. Até o surgimento de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, em 1956, o Corinthians era o time mais vencedor do futebol brasileiro.
Vamos lá.
A Seleção da década de 50 é a seguinte:
O esquema é o 2-3-5 ou Pirâmide Invertida ou Formação Clássica com dois zagueiros, três médios e a linha ofensiva de cinco atacantes.
Gilmar: nome indiscutível. Sinônimo de goleiro. Campeão do Mundo em 1958 como jogador do Corinthians. Gilmar dos Santos Neves disputou 377 jogos na década de 50, participando de todos os títulos do Corinthians no período. No geral, Gilmar fez 398 jogos, 529 gols sofridos entre 1951-1961.
Olavo: um dos maiores zagueiros da história do clube. Foram 484 jogos na década de 50. Jogou no Corinthians de 1952 a 1961 anotando 17 gols. Todos de pênalti. Jogou 155 partidas seguidas pelo Corinthians. No geral, Olavo fez 514 jogos, 17 gols, um gol contra entre 1952-1961.
Homero: zagueiro de Seleção. Jogou sete anos no Corinthians entre 1951 e 1958. Foram 234 jogos e dois gols contra.
Idário, o espanhol: outro nome indiscutível com 427 jogos na década. Campeão de tudo. Exemplo de raça, dedicação e amor ao Corinthians. No geral, Idário fez 470 jogos, seis gols e um gol contra entre 1949-1959.
Goiano: um dos ídolos do meu avô Raul. Jogou no Corinthians de 1952 a 1959 com 22 gols em 300 jogos. Outra qualidade também conhecida do zagueiro era a de guarda-costas de Luizinho, pois quando o pequeno polegar irritava os jogadores adversários com seus dribles, suas jogadas de efeito e provocações, ele se escondia exatamente atrás das costas de Goiano, já que o zagueiro, além de gigante, era extremamente forte.
Roberto Belangero: nome indiscutível. O maior centromédio da história com 442 jogos na década, 22 gols e participação em todos os títulos conquistados no período. Segundo Celso Unzelte, “era o contraponto de categoria no meio da dupla de valentes – Idário e Goiano”. No geral, Roberto fez 453 jogos, 22 gols, um gol contra entre 1947-1960.
Claudio, o gerente: o maior artilheiro da história do clube. Na década de 50 fez 349 jogos, 193 gols e esteve presente em todas as conquistas do período. Indiscutível. No geral, Cláudio fez 550 jogos e 305 gols.
Luizinho, o pequeno polegar: o autor do gol do título do Campeonato Paulista do IV Centenário. Nessa década fez 492 jogos, 137 gols e esteve presente em todas as conquistas do período. Sinônimo de Corinthians. No geral, Luis Trochillo fez 606 jogos e 175 gols com a camisa do Corinthians.
Baltazar, o cabecinha de ouro: na década de 50 fez 212 jogos, 148 gols e também esteve presente em todas as conquistas do período. Em 1952, se tornou música através dos versos de Alfredo Borba:
“Gol de Baltazar
Gol de Baltazar
Salta o Cabecinha
1 a 0 no placar”
Carbone: artilheiro do time campeão paulista de 1951, o primeiro da história a fazer mais de 100 gols no profissionalismo. Fez 232 jogos e 135 gols entre 1951-1957, participando de todas as conquistas do período.
Também fez parte da música de Alfredo Borba:
“O Mosqueteiro ninguém pode derrotar
Carbone é o artilheiro espetacular”
Mário, o malabarista: preferia sempre uma assistência ao invés de finalizar ao gol. Fez 57 jogos, cinco gols nos anos de 51 e 52. Era o ponta-esquerda do ataque dos 103 gols no Campeonato Paulista de 1951, que tirou o Corinthians de uma fila de 10 anos.
Eis o Corinthians da década de 1950.
No próximo texto, a Seleção da Década de 60 com base no esquema 4-2-4.
Será Rivelino e mais 10.
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