No último sábado (28), os sócios do Parque São Jorge foram às urnas. Juntamente com Duílio Monteiro Alves, o novo presidente, 200 novos conselheiros também foram eleitos.
Os 25 membros das oito chapinhas escolhidas pelo voto comporão o Conselho Deliberativo do Clube.
Cabe aos conselheiros fiscalizar as ações da diretoria do Clube, votar os orçamentos e balanços, estudar modificações no Estatuto e investigar irregularidades. É deste grupo que também saem os membros do Conselho Fiscal e da Comissão de Ética e Disciplina.
Segundo a pesquisa DNA do torcedor do IBOPE publicado este ano, a torcida Alvinegra é 53% composta por mulheres. O Corinthians carrega em sua história, a responsabilidade de ter sido o primeiro clube de série A a ter uma presidente mulher: Marlene Matheus, falecida em 2019 aos 82 anos de idade.
Edna Murad, eleita em 2018, como vice de Andrés Sanchez, admitiu no ano passado que o futebol ainda é um meio machista. Em entrevista, Edna buscou uma explicação para escassez de mulheres na política do clube:
“A sociedade é patriarcal, mas isso está mudando. Antes as mulheres entravam como dependentes nos títulos do clube e, assim, não podiam se candidatar. Mas isso está mudando devagar, elas estão passando a serem titulares, em muitas vezes ela é titular, mas não está lá por costume da sociedade.”
O Conselho tem três conselheiras vitalícias. Nesta eleição outras nove foram eleitas, completando 12 mulheres. São 11 na gestão de Andrés. Das oito chapinhas eleitas, apenas a Corinthians com Respeito é composta totalmente por homens.
A Preto no Branco é a com o maior número de mulheres, três. As demais têm apenas uma mulher.
As novas conselheiras do Corinthians eleitas no sábado são:
Denise Lopes, Simone Martins e Yule Bisetto (Preto no Branco)
Analu Tomé (Reconstruir)
Iris (Renovação e Transparência)
Renata Ribeiro Rainone (São Jorge)
Rose (Tradição)
Susy Miranda (Liberdade)
Mirella (Valores)
Total: nove mulheres eleitas
Para Susy Miranda, eleita pela chapa Liberdade Corinthiana, o motivo para ter tão poucas mulheres disputando vaga no Conselho está no Estatuto. O regimento impede que sócios dependentes tenham direito a voto na política do Clube e, segundo o GE, mais de 90% dos títulos de sócios patrimoniais são de homens, cujas esposas são sócias dependentes.
“Eu penso que só teríamos um Corinthians mais justo, igualitário e democrático quando todos os associados puderem participar das decisões. Hoje, infelizmente, a política que define o destino do Corinthians é na sua esmagadora maioria comandada por homens. A chapa 21 busca reverter essa situação. Para aumentar a participação do sócio, é preciso que se faça uma reforma de estatuto, permitindo que o sócio dependente de final 01 tenha o mesmo poder de decisão”, disse Susy ao GE.
Apenas 16 negros foram eleitos dentre os 200 novos conselheiros. Das oito chapinhas eleitas, uma delas, a Liberdade Corinthiana, não possui nenhum negro em suas fileiras. Ao GE, a assessoria da chapa afirmou que entre as mais de 100 pessoas que representa, de diferentes etnias e gênero, os 25 eleitos foram aqueles que se dispuseram a ser candidatos.
Confira o número de negros por chapa eleita:
Renovação e Transparência: cinco
São Jorge: três
Tradição Corinthiana: dois
Valores: dois
Corinthians com Respeito: dois
Preto no Branco: um
Reconstruir: um
Liberdade Corinthiana: nenhum
Total: 16 negros eleitos.
2019 @ Central do Timão - Todos os direitos reservados