Vagner Mancini não espera futebol “vistoso” nesse momento, e sim reação da equipe dentro do Campeonato Brasileiro, se comportando com garra dentro de campo
O treinador Vagner Mancini, anunciado ontem (12), como novo técnico do Corinthians, concedeu coletiva de apresentação nesta tarde. O treinador citou o que um time do tamanho do Corinthians tem que fazer para sair da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro e prometeu que a reação virá rapidamente. Veja as ideias do novo comandante do Timão:
“Não tenha dúvida que a partir do momento que um gigante entra numa situação desconfortável, ele sente. Ele sente porque isso de certa forma abala o emocional de todos aqueles que estão envolvidos, mas também é uma grande oportunidade de você dar volta por cima, de mostrar que há reação. Que aquelas pessoas que estão aqui tem o seu valor. Isso com certeza será feito. Eu volto dizer não tenho dúvidas que vamos reagir o mais rápido possível, lógico que ajustes serão feitos“, prometeu.
Mancini mostrou, de certa forma, que é contra a decisão tomada anteriormente pela diretoria do Clube de mudar o estilo de jogo vitorioso do Corinthians. Para o técnico, é preciso respeitar a história e as características do clube e o que a torcida valoriza.
“Sobre futebol vistoso, ganhar jogos é o mais importante. Você ter conquistas é mais importante que mostrar uma coisa que não seja sua cara. A cara do Corinthians são vitórias suadas, são vitórias ganhas em cima de um comportamento que não só agrada quem está aqui do lado, mas agrada o torcedor também. A cultura do clube é essa.”
“Tudo o que eu puder fazer para ir de encontro àquilo que o torcedor, a diretoria, e os próprios atletas gostam de ver, será feito. Lógico que como eu acabei de dizer aqui, ajustes serão necessários em todos os sentidos. Eu não quero que o Corinthians tenha somente um futebol vistoso, eu quero que o Corinthians ganhe, quero que o Corinthians conquiste, isso torna o clube cada vez maior. Assim como num passado recente a gente viu. Vistoso não quer dizer plástico. É entrega, alma, botar em campo o que o corintiano quer ver.”
“Você não pode de maneira alguma querer que seu elenco jogue da sua maneira se ele não tem característica para isso. Você fica dando murro em ponta de faca todos os dias. Ao mesmo tempo, não pode tornar para o atleta um sistema confortável demais. Dentro daquilo que é montando como estratégia seja de jogos ou de semana de treinamentos, você tem que gerar algum tipo de desconforto para que haja evolução. Não para aborrecer ninguém, embora o aborrecimento faça parte do nosso dia a dia, a gente vive com eterna pressão.”
“Essa pressão muita gente acha que vem só do lado externo, mas é uma grande farsa, a pressão está sendo exercida dentro de cada um de nós que vivemos do futebol. É assim que você cresce. Porque quem não tem preparo para isso, fica no meio do caminho. Quem consegue andar no futebol é quem pensa dessa forma e age desta forma”.
O treinador ainda falou sobre suas características e que ser agressivo é ponto diferencial que ele deseja para o Corinthians.
“Todos os meus times tem forma agressiva de jogar. Isso eu posso pedir a partir do momento que não interfere em característica do jogador. Porque ser agressivo não quer dizer que vamos agredir o outro time, e termos atletas expulsos. Agredir significa que você vai diminuir na marcação, não deixar o adversário jogar, subir suas linhas de marcação. Agredir com a bola significa você chegar o mais rápido possível no gol adversário. Que é o objetivo do jogo. Essa agressividade, que seja entendida, vai existir no Corinthians, assim como todas as minhas equipes eu sempre implementei”, prometeu Mancini, e explicou:
“Acho que a partir do momento que você toma atitude na vida e quem toma atitude na vida sabe o que eu estou dizendo. Ser agressivo é o ponto diferencial. Você não pode ter uma equipe que queira chegar ao gol adversário sem nenhuma agressão, você tem que agredir de alguma forma, seja com bola, seja sem a bola, seja no contato físico, seja na sua maneira de se comportar em campo. Essa agressividade talvez esteja faltando. Cheguei ontem, é muito cedo para qualquer análise e não estou me comparando com ninguém aqui. Quero simplesmente acertar muito mais que errar, porque erros vão acontecer, erros fazem parte do aprendizado.”
“Essa agressividade quando você olha para adversário e vê nos olhos dele que ele vai te agredir é isso que eu quero que as equipes sintam quando jogarem diante do Corinthians”.
“O resgate se dá por várias maneiras. Não é somente quando está dentro de treinamento ou dentro das partidas. Acho muito importante o entorno do vestiário, do campo, você saber o que os todos atletas estão passando. Sei que parece repetitivo, mas falarei novamente: as atribuições do treinador vão muito além simplesmente escalar equipe ou ir para campo executar treinamento. Hoje tem de trabalhar muito a gestão de pessoas, porque isso acaba te dando parâmetro para entender algumas situações e motivar os atletas, o objetivo de qualquer técnico é para tirar o melhor de cada jogador, pra isso a gente tem de conhecer.”
“Estou chegando no clube, conto com a informação de todas as pessoas aqui, fui muito bem recebido no Corinthians e estou muito contente com isso. Sinto um ambiente extremamente familiar, um ambiente de cobrança, mas acima de tudo de responsabilidades. E essas responsabilidades vão chegar a todos os que têm que ser cobrados. É uma situação que ninguém gostaria de estar vivendo e é atípica do clube do tamanho do Corinthians, mas temos um problema e temos que resolver esse problema. Eu fui a pessoa escolhida para vir aqui e resgatar aquilo que o clube tem de melhor. Vou me dedicar muito a isso.”
“O dia a dia com jogadores, as viagens, o tempo de concentração, são fatores importantes dentro dessa mudança de astral e emocional. Porque a parte mental está muito ligada a tudo que a gente faz na vida. Ninguém consegue passar o seu melhor seja em qual área for, se não tiver tudo resolvido ou tentando resolver. Resolver os conflitos, olho no olho.”
“Temos que resolver os problemas. Olho no olho, respeitando as individualidades e cobrando o que eles podem dar”, concluiu.
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