Conselheiros opositores se movimentam para cobrar os detalhes relativos ao acordo da venda do nome do estádio e podem pedir anuência do CORI e Conselho Deliberativo
Alguns conselheiros da oposição do Corinthians pensam que é preciso anuência do Conselho de Orientação (CORI) e do Conselho Deliberativo do Clube no acordo do naming rights da Arena. As informações são do jornalista Rodrigo Vessoni, no site Meu Timão, na manhã desta sexta-feira (28).
Os conselheiros se pautam pelo alto valor do negócio, cerca de R$ 350 milhões, e o prazo longo do contrato, 20 anos. Segundo o jornalista, a oposição se abriga no artigo 97 do estatuto do Clube, que fala das atribuições do CORI. A letra “U” do artigo diz que uma delas é “aprovar a venda de ativos do Clube ou endividamento bancário quando este Estatuto exigir”.
A oposição argumenta ainda que a negociação do naming rights da Arena tem assento na “venda de ativos do clube” e em reunião do Conselho Deliberativo de 30/01/2017 foi acordado, e consta em ata, que “qualquer contrato que implique em assunção de obrigação, não só em termos de valor, mas de comprometimento do patrimônio do Corinthians, deve passar pela avaliação do Conselho.”
Conselheiros ligados à situação discordam dessa visão e afirmam que nem o Cori nem o Conselho Deliberativo precisam ser acionados com antecedência, em vista de tratar-se de acordo comercial para a Arena, que é administrada por fundo próprio, com CNPJ próprio e a negociação é de responsabilidade do executivo.
Além disso, acrescente-se o fato do temor que uma exposição do acordo aos dois órgãos poderia acarretar vazamento e tornaria o acordo público antes de seu anúncio.
Caso BMG
Outro caso que provoca clima de desconfiança entre conselheiros de oposição no clube, e é usado para cobrar transparência em relação ao acordo do naming rights da Arena, é o contrato com o BMG, patrocinador máster da camisa do Corinthians.
No anúncio do acordo com o banco, o presidente Andrés Sanchez e o então diretor de marketing do Clube, Luís Paulo Rosenberg, informaram que o banco adiantaria R$ 30 milhões e que a quantia a ser paga anualmente poderia ser R$ 50 milhões ou até mais, a depender do engajamento da Fiel torcida. Quando a ata pública do BMG veio a público, descobriu-se que o valor fixo pago ao Corinthians é de R$ 12 milhões anuais.
Por Nágela Gaia/Redação da Central do Timão
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