Antes da paralisação do futebol, rivais e comentaristas postulavam o Corinthians como candidato ao rebaixamento; o que mudou de lá para cá?
Até a manhã do dia 22 de julho de 2020, exatamente antes do retorno do Campeonato Paulista, o Corinthians se preocupava mais com a garantia da permanência na Série A1 do que exatamente com a classificação para o mata-mata. Após vencer o maior rival em casa por 1×0, a situação ficou mais favorável. O time afastou qualquer chance de rebaixamento e começou a sonhar já na quinta-feira (23), quando assistiu ao Guarani perder para o Botafogo.
Já no domingo (26), a equipe de Tiago Nunes enfrentou o Oeste e fez sua tarefa, vencendo por 2×0. A derrota do Guarani para o São Paulo – improvável também pelos pedidos de ‘entrega’ – freou o time de Campinas e deixou a vaga para o Corinthians. Assim, ficaram as questões: o que mudou a chavinha? O que fez a campanha ruim pré-paralisação resultar em uma classificação heroica? A Central do Timão responde.
O Corinthians começou a realizar trabalhos no CT Dr. Joaquim Grava quando pôde. Já no fim de junho, iniciou de coronavírus e avaliações físicas no elenco. Em 1º de julho, conforme definido pelo Governo do Estado de São Paulo, organizou os treinamentos em grupo.
Até o dia da partida contra o Palmeiras, o time engrenou uma sequência de treinamentos quase que diários, com exceção apenas de alguns domingos. Logo, essa preparação física foi fundamental para ajudar a equipe de Tiago Nunes a recuperar um pouco da forma e aguentar os 90 minutos de jogo.
Teria Tiago Nunes ativado o ‘modo Carille’? De fato, nos últimos jogos, o time do Corinthians assumiu uma preocupação maior com a defesa. Enquanto nas dez rodadas iniciais havia sofrido gols em oito jogos, nas duas partidas após a retomada, passou em branco e anotou mais dois clean sheets na carreira do goleiro Cássio.
Na hora da decisão, a experiência do elenco se sobrepôs e os atletas mais ‘cascudos’ do time decidiram. Na partida contra o Palmeiras, Gil marcou lá na frente e Cássio segurou na defesa. Já frente ao Ituano, Danilo Avelar subiu mais alto, abriu o placar e deu mais tranquilidade para a equipe alvinegra para o segundo tempo.
É impossível saber se o Corinthians conseguiria a classificação se o campeonato tivesse se seguido normalmente em março. Querendo ou não, a paralisação tirou o embalo dos times de menor expressão e concentrou nas mãos de quem conseguisse se organizar melhor na preparação. O Guarani foi exemplo para um lado; enquanto o Corinthians, para o outro.
As ‘decepções’ antes da paralisação criaram na torcida um sentimento de que já não poderia se classificar. A ideia era dar continuidade no trabalho, e seguir no Paulistão seria um ‘bônus’. Logo, o fato de chegar correndo atrás deixou o Corinthians fora de uma posição de favoritismo, mas sim assumindo a postura de ‘franco-atirador’, como disse o próprio Tiago Nunes; e que deu certo.
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Por: Gabriel Gonçalves / Redação Central do Timão
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