Em ranking; gestão corinthiana marca apenas quatro pontos em dez; veja os critérios
O jornalista especializado em negócios do esporte, Rodrigo Capelo, publicou no GloboEsporte.com um ranking com os índices de ‘confiabilidade e transparência’ dos clubes brasileiros. Para a distribuição das colocações, Capelo utilizou algumas perguntas como parâmetros para a pontuação final.
Veja o trecho retirado do site GloboEsporte.com com as perguntas definidas por Capelo:
“1 – Publicou balanço referente a 2019 no prazo legal?
2 – Publicou balancetes trimestrais ou mensais em todo o 2019?
3 – Publicou orçamento referente a 2020?
4 – Publicou balancetes referentes a 2020?
5 – Publicou parecer da auditoria externa sobre o balanço anual?
6 – Auditoria externa fez ressalvas em relação ao balanço anual?
7 – Detalhamento do balanço anual atende mínimo para análise?
8 – Incluiu relatório no balanço para facilitar entendimento do leigo?
9 – Alterou o resultado líquido do ano anterior em reapresentação?
10 – Publicou provisão para contingências cuja perda é ‘possível’?”, cita o texto de Capelo.
O jornalista cita que cada resposta positiva – que pode ser um ‘sim’ para a pergunta três e um ‘não’ para a pergunta nove – conta um ponto para o clube no ranking geral.
De acordo com o jornalista, as perguntas tratam de alguns parâmetros estabelecidos por Capelo para medir a confiabilidade e a transparência dos clubes. São eles:
Perguntas 1,2,3 e 4 – publicação de documentos – na visão de Capelo, o clube interessado em mostrar transparência deve publicar todos os documentos necessários em tempo.
Perguntas 5 e 6 – auditoria externa – o trabalho do auditor traz mais confiabilidade para os dados apresentados.
Pergunta 7 – detalhamento dos dados – mede a discriminação total dos números, principalmente na relação despesas x receitas.
Pergunta 8 – relatório da administração – mede a preocupação do clube em passar dados de fácil entendimento para os torcedores.
Pergunta 9 – reapresentação de resultados – classifica como ‘negativa’ a alteração de dados líquidos dos anos anteriores nos novos documentos.
Pergunta 10 – provisão de contingência – nesse quesito, Capelo explica:
“Neste trecho do balanço, dirigentes costumam ocultar dívidas. A contabilização funciona assim: o departamento jurídico avalia todas as ações judiciais movidas contra o clube e classifica, segundo critérios não divulgados, a chance de perda em ‘provável’, ‘possível’ e ‘remota'”, diz o texto do jornalista, que ainda separa um tópico sobre o Corinthians.
“No caso do Corinthians, a direção assume que há R$ 4,5 milhões em ações judiciais cujas perdas são avaliadas como ‘prováveis’. A quantia é muito baixa. E não há nenhum indicativo de quanto está em jogo em processos com perda ‘possível’ ou ‘remota’. O balanço reconhece a existência deles, porém esconde os valores envolvidos”, explicou Rodrigo.
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Postas as regras estabelecidas por Capelo, o Corinthians marcou quatro pontos. O total foi dado pela publicação da auditoria sem ressalvas (dois itens e dois pontos), pelo detalhamento do balanço (um ponto) e pela não alteração dos documentos anteriores (um ponto).
Por fim, Rodrigo Capelo ainda saliente que seu trabalho trás somente um viés de análise, mas apresenta índices relevantes sobre os clubes.
“A melhor maneira de prosseguir é reconhecer as limitações do ranqueamento. Um clube poderia estar uma pontuação acima ou abaixo caso critérios fossem diferentes. Dificilmente estaria na outra ponta da tabela, pois não reuniria práticas condizentes nem com boa vontade”, citou o jornalista.
Apenas o Grêmio atingiu os dez pontos, seguido por Bahia e Internacional com nove. Bragantino, Coritiba, CSA e Figueirense ficaram com zero. Para a construção do ranking, o jornalista utilizou balanços, balancetes e orçamentos oficiais dos clubes e das federações.
Por: Gabriel Gonçalves / Redação Central do Timão
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