Agência norte-americana especializada em marketing revela que o setor de esportes pode perder quase 40% dos valores de patrocínio em 2020; entenda
A pandemia de coronavírus vem gerando crises financeiras ao redor do mundo. Ainda no transcorrer dos acontecimentos, os países não sabem como será seu futuro econômico. No setor de esportes, não é diferente. E as previsões não são muito animadoras.
A agência Two Circles, especializada em marketing esportivo, trouxe os dados de que, em 2019, o mundo dos esportes movimentou US$ 46,1 bilhões em todo o mundo apenas em patrocínios. A projeção é que, em 2020, o número caia 37%, chegando a US$ 28,9 bilhões. O motivo é a pandemia de coronavírus, que causa desdobramentos diversos no setor de investimentos publicitários.
Em épocas de crise, as empresas afetadas iniciam políticas de cortes de gastos. Para preservar o funcionamento dos negócios, são escolhidas áreas de menor impacto na cadeia produtiva. Nesse sentido, os investimentos em patrocínio esportivo são duramente atingidos, já que não são vitais para a produção e podem ser cortados sem maiores danos para o dia a dia da marca a curto prazo.
O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, já confirmou que pelo menos cinco patrocinadores suspenderam os pagamentos durante a pandemia. Isso porque, já que não está havendo jogos, as marcas não recebem a mesma exibição prevista em contrato. Segundo o CEO da agência especializada pelo levantamento, Gareth Balch, esse é um dos grandes entraves do patrocínio esportivo nesses momentos.
“Como plataforma de marketing para atingir públicos apaixonados e emocionalmente envolvidos em grande escala em ambientes seguros para a marca, o patrocínio esportivo é incomparável. No entanto, com o esporte ao vivo interrompido globalmente desde março, o valor que as propriedades esportivas conseguiram oferecer aos parceiros da marca foi limitado, com o corte de custos em setores que investem fortemente em patrocínios, apresentando também um desafio significativo na assinatura de novos acordos”, defende Balch.
Segundo a projeção da Two Circles, quatro dos tipos de indústria que mais estão sendo prejudicadas pela crise pertencem ao top 10 de maiores investidoras no esporte. Empresas de veículos automotivos, energia, aviação e serviços bancários são as mais afetadas e correspondem à uma fatia significativa dos patrocínios. O próprio Corinthians, por exemplo, tem como sua principal parceira uma empresa da área de finanças.
Sendo assim, o corte de gastos aliado à falta de exibição poderão ser responsáveis pela diminuição de novos fechamentos com patrocinadores. As empresas precisarão se concentrar em outras fontes de custos que não sejam o futebol ou qualquer outro esporte.
De acordo com o levantamento, a saída para reduzir os danos pode ser a descoberta de novos meios para se falar de esporte. Em decorrência da falta de jogos, os clubes podem investir em tecnologia, por exemplo.
“Embora todos os setores do esporte estejam sofrendo, continuamos certos de que a economia do esporte prosperará a longo prazo e, quando a recessão iminente terminar, todos os setores contarão com as melhores plataformas de marketing disponíveis para expandir seus negócios. As propriedades esportivas que usam esse período para investir em suas propostas de patrocínio, distanciando-se principalmente da exposição do logotipo com analógico e do envolvimento tangível do público digitalmente, serão as que mais prosperarão após o Covid-19”, citou o CEO da Two Circle.
Como em outros locais do mundo, o Corinthians já sofre com os efeitos da crise financeira provocada pelo Covid-19. Veja algumas matérias da Central do Timão que abordam o tema:
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Por Gabriel Gonçalves / Redação da Central do Timão
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