Coluna do Rafa Gil – A morte do futebol 

Neste final de semana esportivo tivemos dois episódios grotescos que preocupam pelo caminho que está seguindo o futebol ultimamente. 

O primeiro foi no jogo do PSG onde Neymar, encurralado na linha de fundo, deu uma carretilha (lambreta para alguns) como recurso para sair de dois jogadores adversários. O juiz, numa interpretação absurda, admoestou-o com cartão amarelo por provocação ao adversário. 

O segundo foi no jogo do Corinthians onde a jovem promessa, Janderson, após um lançamento magistral do argentino Boselli, fez um gol fantástico num clássico e no momento de explosão correu para comemorar abraçado junto a torcida fiel em êxtase. Este foi expulso por aplicação de uma regra absurda que pune a comemoração no lance auge de uma partida de futebol. 

Preocupam por diversos aspectos, mas principalmente pela falta de sensibilidade daqueles que comandam de entender que o drible e a comemoração não só fazem parte do jogo, mas são momentos especiais que temperam o espetáculo, dão sentido e importância a partida, são ingredientes indispensáveis no ludopédio. 

É evidente que a regra do jogo deva ser respeitada e aplicada, mas o que assistimos mais está ligado a um exercício autoritário da arbitragem do que realmente de um ato de isenção. A regra é interpretativa e ter sensibilidade e bom senso no sua aplicação garante que o espetáculo seja preservado na sua essência.

Não é a primeira vez que árbitros vaidosos querem aparecer mais do que o jogo e serem protagonistas, sendo que deveriam passar despercebidos e conduzirem as partidas de maneira a valorizar todos os componentes primordiais que dão gosto ao futebol. Caso achem que baste a aplicação fria da lei se tornam desnecessários, pois uma máquina é mais eficiente nisso e menos custosa.

Não acredito que exista um complô planejado para destruir o futebol e tornar o jogo chato e mecânico, mas essas pequenas atitudes desnecessárias e impensadas estão tornando o jogo menos interessante e emocionante. Todos são responsáveis para tomarem medidas que não decretem a morte do futebol. 

Rafa Gil está no Twitter @gilgil22

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