Foi em uma tarde de luto no Pacaembu lotado que o Timão, contra o Palmeiras de Valdívia, Henrique, Marcos Assunção e, é claro, do falador Felipão, conquistou seu pentacampeonato Brasileiro, dando início ao que viria a ser a década mais vitoriosa da história do clube
Sob o comando de Tite, um treinador em sua segunda passagem pelo clube que precisava matar dois leões a cada quarta e domingo para continuar no cargo após a eliminação para o Tolima, em fevereiro, a equipe corinthiana iniciou o campeonato de forma avassaladora: foram nove vitórias e um empate nos dez primeiros jogos, contando uma goleada contra o São Paulo de lavar a alma do torcedor: 5 a 1 no Pacaembu com hattrick de Liédson, brilho de Danilo, canetas de Émerson e frango de Rogério Ceni.
Mas a campanha não foi tão fácil como pareceria naquele momento. Disputado ponto a ponto contra o Vasco de Fágner, Diego Souza, Fernando Prass e Juninho, o campeonato só foi decidido na última rodada que, à época, era cheia de clássicos. Um empate no Rio entre Vasco e Flamengo e outro no Derby disputado no Pacaembu deu ao Timão o título exatamente no dia do falecimento de Sócrates. Com um sabor agridoce na boca, o corinthiano certamente guarda no coração a linda homenagem feita ao doutor no círculo central da saudosa maloca, antes do apito inicial.
Certamente Sócrates não se decepcionara com quem herdara sua camisa 8. O Timão de 2011 tinha em Paulinho tanto um poder de decisão quanto um elemento surpresa. Tanto um motor de arranque quanto ditador de ritmo. Com a responsabilidade de substituir Elias, Paulinho alimentou o esquema de Tite e foi um dos destaques do pentacampeonato.
Mas não foi o único.
Émerson Sheik, Danilo, Ralf, Leandro Castán, Fábio Santos… todos tiveram nessa campanha o seus atos de afirmação – e todos acabariam virando ídolos do clube. Isso sem contar Alex e Willian, decisivos em jogos dificílimos, como contra o Internacional tanto no Pacaembu quanto no Beira-Rio. Também os já campeões Alessandro, Chicão e Jorge Henrique, remanescentes dos títulos de 2009, que só aumentariam seu prestigio liderando o Timão em 2011 e no ano seguinte.
E como esquecer dos milagres e a raça do corinthianíssimo Júlio César, que chegou a jogar com o dedo quebrado contra o Botafogo, em São Januário? Ou mesmo a afirmação de Paulo André, eleito melhor zagueiro do campeonato pelo Bola de Prata pela solidez defensiva dada na reta final? Ou, é claro, os 12 gols de Liédson, o levezinho que fez o torcedor corinthiano esquecer rápido de Ronaldo para apreciar o poder letal do artilheiro luso-brasileiro?
Uma coisa é certa: o maestro destes tantos destaques que tiraram o Timão de um melancólico e angustiado início de ano e o levaram à glória em dezembro foi, sem dúvida, Adenor Leonardo Bacchi. E o já lendário Tite merece, para si, inúmeras outras matérias próprias, porque sua importância no pentacampeonato de 2011 não cabe em apenas alguns parágrafos.
04 de dezembro de 2011: um dia inesquecível para todo corinthiano.
Por Anthonio Delbon
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Infelizmente o Cássio foi esquecido na reportagem… Foi de propósito???
Em 2011 era o Júlio Cezar o goleiro, Cássio viria no meio do ano seguinte