Mesmo sendo um dos ídolos do clube, Corinthians e seus licenciadores pouco usam Cássio para criar artigos
É evidente que Cássio é um dos grandes ídolos do clube e também da torcida, há quem diga que ele é o maior. O guarda redes acumula nove títulos pelo Timão, é o segundo goleiro que tem mais jogos no Alvinegro e está no top 15 de jogadores que mais atuaram com a camisa do clube.
Da mesma forma, não é fácil de encontrar peças do atleta para vender nas lojas do Corinthians, acredita-se que as camisas só chegaram às prateleiras em janeiro de 2020.
Em conversa com o GloboEsporte.com, Alex Watanabe, gerente de marketing do Corinthians, explicou sobre a falta de artigos ligados ao goleiro. A grande resposta para isso, na visão dele, é a insegurança que o futebol transmite às empresas responsáveis por fazerem os tais produtos licenciados.
“– Há um prazo de produção demorado, custo alto e uma falta de cultura de consumo de imagem de personalidades no Brasil, a não ser no universo infantil, como tinha a linha da Xuxa no passado. No Corinthians, a gente fez produtos das lendas que venderam bem, com Basílio, Marcelinho Carioca, Neto. Temas Sócrates e Democracia Corintiana, por exemplo, são os que mais vendem.”
Hoje, no ShopTimão, loja online do clube, existem apenas três camisetas especiais em homenagem ao ídolo, e isso é tudo que o site poderá oferecer com referência ao goleiro.
Segundo Watanabe, esse tipo de confecção é mais tranquila e menos complicada, pois não tem risco de desperdício, já que a estampa só é aplicada na camiseta branca quando a encomenda online é feita.
– Às vezes fazemos algumas campanhas dessa forma. Fizemos uma estampa para o Gil quando ele voltou também. É feito com um desenho virtual, sem nenhum tipo de perda econômica.
Atualmente, o Corinthians é parceiro de 120 licenciadores. Imagina-se que existam cerca de 10 mil artigos licenciados com o símbolo do Timão, chaveiros, toalhas, vestuários, canecas e vários outros produtos.
Não há nada que tenha relação com Cássio, nenhum tipo de brinquedo, jogo de tabuleiro ou até mesmo pôster à venda nas lojas do Corinthians, sejam físicas ou online.
– O torcedor chega na loja e a camisa oficial é R$ 199, enquanto o bonequinho do Cássio é R$ 200, R$ 250. O que vale mais a pena? O peso da camisa oficial ainda é muito grande, enquanto o preço de produção para um boneco, por exemplo, que tem molde caro, é elevado. É difícil para um fabricante. Conhecemos um parceiro que fez um estoque gigante de um personagem muito forte no Brasil, mas que está lá parado há anos, sem mercado – concluiu Watanabe.
Maurici Ferreira, presidente da ABRAL (Associação Brasileira de Licenciamento de Marcas e Personagens), compreende que é muito difícil arriscar na personificação de um atleta. Além do risco de o jogador trocar de clube, há sempre a chance de acabar estragando a sua imagem.
– Você nunca sabe como será o comportamento social do jogador. Os donos não querem correr o risco de um jogador entrar em polêmica, como aconteceu recentemente com o Neymar – disse Maurici, em entrevista ao GloboEsporte.Com.
– O empresário não quer correr esse risco. É muito difícil lidar com o ser humano, não se sabe o dia de amanhã. Aconselhamos que se crie um personagem fictício. Se o empresário quiser muito usar a pessoa, é possível usá-la como garoto-propaganda ou até lançar uma a coleção assinada, como camisas “by Cássio” – finalizou.
Por Matheus Fernandes/Redação Central do Timão
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