Capitão e Campeão da Liga Ouro de 2018, Gustavinho Lima anunciou sua aposentadoria das quadras, aos 33 anos. O armador foi peça fundamental na reconstrução alvinegra, na volta às competições profissionais, depois de 23 anos.
Foto: Beto Miller/Instagram (@beto.miller)
Agora, com mais tempo para relaxar, mas não deixando o trabalho de lado, já que será supervisor da equipe Sub-19 do Basquete corinthiano, Gustavinho respondeu algumas perguntas para a redação da Central do Timão.
Confira abaixo a entrevista EXCLUSIVA com o armador, realizada por Hugo Rodrigues!
Gustavinho conta à Central do Timão que foi difícil abandonar as quadras:
– É difícil parar de jogar, eu fiz isso a minha vida toda. Hoje eu sou uma parte basquete, pois eu vivi disso e fiz muitos amigos. O meu maior troféu é as amizades que fiz durante toda a minha carreira – explica Gustavinho, e completa:
– Tenho um envolvimento muito grande com o esporte, levo-o muito a sério. Apesar de ser super profissional, sempre me diverti ao máximo. Então, me desligar das quadras não seria tão fácil.
O armador conta como foi à conversa com a diretoria ao final da temporada 2018/19:
– Tive uma conversa com a diretoria ao final da temporada e, eles disseram que eu não estava mais nos planos como jogador, porém eles queriam contar com a minha liderança, com a parte de interlocução que eu fazia entre os jogadores e a comissão técnica e, com isso eles queriam criar um cargo para me manter no clube.
Gustavinho diz que recebeu outras propostas para continuar, porém o coração falou mais alto:
– Eu tive outras propostas para jogar fora de São Paulo, só que eu fiquei muito tempo longe de casa. Joguei seis anos fora de São Paulo, e quando eu voltei para o Corinthians, eu estava me entregando de corpo e alma, porque além de voltar para São Paulo e estar super feliz, além de estar morando com a minha família e com a minha mulher, de estar me estabelecendo na cidade que eu nasci, eu estava jogando pelo o meu time de coração.
O armador enxerga com bons olhos a proposta da diretoria corinthiana:
– Eu pensei na possibilidade de enxergar esse convite, não como um rompimento, mas sim como uma continuidade do meu trabalho. Sempre tive essa facilidade com o diálogo e sempre preguei o coletivo por onde passei. Então, estou super entusiasmado de exercer essa função de supervisor do Sub-19.
Foto: Beto Miller/Instagram (@beto.miller)
Perguntado sobre a nova função, Gustavinho brinca e diz que é importante o diálogo com os jovens:
– Já estou trabalhando que nem um louco. Acho que jogar é mais fácil (risos) e, acho que estou conseguindo arrancar umas coisas boas da molecada, eles estão me ouvindo bastante. É bom nessa fase adolescente, pois acho que você está mais aberto a alguns conceitos e eu gosto dessa troca com a molecada, para tentar ajudar de alguma maneira.
Gustavinho também explica a importância de interação com a categoria Sub-19 do basquete Corinthiano:
– A minha missão com o Sub-19 é fazer com que eles, primeiro, entendam o clube onde estão jogando, tenham dimensão do que o Corinthians representa como um dos maiores clubes do mundo, a natureza social do Corinthians, todo o envolvimento com o proletariado. Não é a toa que é o time do povo, com a inclusão dos negros no esporte. Quero passar tudo isso aos poucos para os meninos e também, uns conceitos de solidariedade e coletivo. Acho que essa é a minha missão.
O armador procura um melhor aprimoramento na nova área, buscando conhecimentos de outros supervisores:
– To procurando conversar com os supervisores de outras áreas. Chamei para conversar quase todos, do futsal, das outras categorias do basquete e, estou sendo um bom ouvinte neste momento. Acho que essa é uma hora que eu também tenho que aprender bastante. Claro que eu tenho uma experiência de vivência no esporte, mas nessa parte eu estou super atento para absolver tudo e conseguir fazer bem essa função.
Gustavinho diz que não teve sentimento maior que encerrar um ciclo, no lugar que ama:
– Acho que não poderia ser melhor, fechar a carreira com a 10 e a faixa do Coringão, pois é o meu time de coração, um time que eu pude jogar com toda a minha entrega a qual sempre foi a minha principal característica. Foi um casamento perfeito com a torcida, com o clube, fiz grandes amigos. Então estou super feliz com o caminho que a minha carreira tomou e estou entusiasmado com a minha nova função no clube.
Por Redação Central do Timão
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Imagina só trabalhar no time que você ama, usar a 10, ser o Capitão, ser respeitado e admirado por seus companheiros de trabalho, pelos adversários, pela torcida. Deve ser uma sensação incrível. Ainda mais continuar a trabalhar no clube mesmo depois da aposentadoria, ajudar a orientar as próximas gerações. Bacana demais a entrevista.