Em 17 de janeiro de 1998 a Fiel foi surpreendida pela morte: aos 67 anos, um dos mais amados ídolos de sua história, falecia de insuficiência respiratória
“Não tem aquele jogador de futebol que não queira jogar no Corinthians”
“Eu fui tão grande no Corinthians, que quando eu ia à cidade, tinha que voltar de taxi, de tanto presente que eu ganhava.”
“Eu tenho orgulho do que eu fiz no Corinthians. Isso ninguém me tira, o que eu fiz no Corinthians.”
Luizinho – Luis Trochillo
7 de março de 1930 – 17 de janeiro de 1998
“Um jogador com diploma de doutor”, dizia a manchete do jornal da época sobre Luizinho. Ele conquistou 21 títulos com a camisa do Corinthians, pode-se dizer que nasceu e morreu no Parque São Jorge. Era tão habilidoso e atrevido, que os torcedores chegavam cedo ao estádio para vê-lo atuar, ainda no time dos aspirantes, nos jogos que antecediam as partidas principais. Abusado, provocava os adversários, acenando com a mão e chamando para um outro drible. Diz a lenda que em um jogo contra o Palmeiras, ele deu um drible tão desconcertante no argentino Luiz Villa, que este caiu no chão. Então, Luizinho sentou-se na bola e o esperou levantar para, aí sim, prosseguir com a jogada. Divertindo-se, Luizinho negava a brincadeira.
O Pequeno Polegar tem uma das mais lindas histórias de amor ao Corinthians. Daquelas que emocionam até os que não torcem pelo alvinegro.
Foram 12 anos vestindo o manto sagrado como titular absoluto da posição e principal jogador do elenco alvinegro. Luizinho brilhou no famoso ataque corintiano que marcou 103 gols no Campeonato Paulista de 1951 e foi o carrasco do Palmeiras (marcou 21 gols contra o rival). Foi convocado 11 vezes para a Seleção Brasileira.
Titular absoluto do clube até o início dos anos 60, Luizinho saiu em 1963 para o Juventus-SP, por causa de um desentendimento com o então técnico Sylvio Pirillo. Não conseguiu viver longe do Corinthians. Voltou no ano seguinte, em 1964, onde encerraria a carreira três anos depois.
Mesmo após encerrar a carreira de jogador, Luizinho não se separou do Corinthians, e por três vezes foi chamado para exercer a função de técnico tampão da equipe, ocasião que percebeu não ter vocação para comandante. Costumava dizer que sabia pouco de ser técnico, mas sempre esteve ali para ajudar o Corinthians. Sua presença no comando técnico valia muito mais pelo aspecto moral do que propriamente pela orientação tática, demonstrando com isso um amor imenso pelo Corinthians. Porém jamais se negou a assumir a equipe em momentos difíceis.
Luizinho foi o técnico do time Sub-20 do Corinthians que conquistou o título da primeira edição da Copinha, a Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 1969.
Em 1994 foi homenageado pelo Corinthians com um busto seu no jardim do Parque São Jorge, honraria esta que até então fora concedida somente a Neco, o primeiro ídolo do clube.
Em 1996 foi feita outra homenagem ao ídolo: aos 65 anos, Luizinho voltou aos gramados do Pacaembu, atuando por cinco minutos, em um amistoso contra o Coritiba que marcava a estréia do atacante Edmundo no Corinthians, tornando-se assim o jogador mais velho a defender a camisa do Corinthians em campo.
Luizinho, nascido Luis Trochillo em 7 de março de 1930, jogou 604 partidas e conquistou 21 títulos com a camisa do Corinthians, sendo os principais: os Paulistas de 51, 52 e 54 e os torneios Rio-São Paulo de 51, 53 e 54. Marcou 175 gols. Morreu no dia 17 de janeiro de 1998, em São Paulo.
Por Nágela Gaia
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